O combustível adulterado é o inimigo número um dos motores automotivos e abastecer o tanque com gasolina ou etanol com misturas duvidosas pode ser uma ameaça com grandes prejuízos para o bolso do motorista. O tema virou notícia no jornal O Estado de S. Paulo, que conversou com o professor Marco Barreto, do curso de Engenharia Mecânica da FEI para entender com mais profundidade o assunto. A reportagem foi publicada nesta sexta-feira (14) no portal.

Em entrevista, o professor da FEI destacou alguns cuidados essenciais que o motorista deve ter ao abastecer o tanque do veículo. Um exemplo refere-se à atenção especial aos sinais do motor, que podem ser percebidos ainda em curto prazo. “Os sinais do veículo podem ser rápidos. Por exemplo, você pode abastecer em um posto e começar a perceber um atraso na resposta do motor – uma perda de potência do motor e, em alguns casos, quando desliga-lo, é possível que haja uma dificuldade para que ele volte a funcionar. Nisso, formam-se oxidações, ácidos que prejudicam o sistema de injeção e formação de borras”.

Na mesma linha, o especialista também destacou possíveis formas de corrigir o problema da adulteração do combustível no carro. “Esse nível de adulteração mais rápido você facilmente percebe. É possível então fazer uma ação como esvaziar o tanque, ou fazer uma mistura com um combustível de maior qualidade para tentar limpar os resíduos do anterior. O grande problema está quando você abastece com combustíveis adulterados e você não consegue ter essa percepção de maneira rápida. Se você fez um abastecimento em grandes proporções, o aconselhável é que você procure uma oficina especializada para o descarte desse combustível e a limpeza do seu tanque”, explicou o professor da FEI.

Assista a entrevista completa para o jornal O Estado de S. Paulo clicando no vídeo abaixo:

Além das orientações, na mesma reportagem, Marco Barreto também destacou outras seis dicas valiosas que podem ajudar os motoristas a perceberem os sinais de que o combustível está adulterado. Confira a sequência a seguir:

1 – Preços baixos

Se a oferta de preços estiver muito alta, o professor da FEI orienta que o motorista desconfie da qualidade do combustível. De acordo com ele, “não há milagre”. Em casos assim, é muito provável que o estabelecimento, geralmente de bandeira desconhecida, esteja adulterando o combustível disponibilizado nas bombas.

2 – Luz de alerta do motor

A luz de alerta – representada por um ícone no painel do carro – pode indicar se há algum problema no sistema de injeção eletrônica. A causa pode estar diretamente ligada ao combustível adulterado. Vale lembrar que o combustível adulterado não é a única causa que pode fazer esse ícone ascender no painel, mas é uma pista importante.

3 – Perda de potência do motor

Sinais de atraso na resposta do motor ou problemas para liga-lo, também são alguns dos sinais importantes. Se o carro demorar muito para atingir uma velocidade elevada e o torque já não for mais o mesmo, é muito provável que o combustível esteja contaminado.

4 – Motor “beberrão”

Na mesma linha, o professor da FEI também destacou que, se a média de consumo do carro aumentar sem nenhuma explicação aparente, pode ser também outro sinal importante de que o combustível possa estar adulterado, deixando o motor mais “beberrão”.

5 – Óleo contaminado

Outro indício importante que o motorista deve notar é a mudança nas características do óleo. De acordo com o professor Marco Barreto, isso pode acontecer devido a existência de solventes na gasolina ou de excesso de água no etanol.

6 – Sinais de “soquinhos”

O combustível contaminado também pode provocar falhas no motor, gerando os famosos “soquinhos”, como se estivesse engasgando. Isso pode acontecer porque os elementos impróprios do combustível já tomaram conta do sistema, prejudicando o funcionamento do veículo.

Além das dicas sobre os combustíveis adulterados, nesta mesma semana, o professor Marco Barreto também participou de outra reportagem especial para o jornal O Estado de S. Paulo, destacando dicas sobre os cuidados necessários com as baterias automotivas. Para conferir, acesse a reportagem no site da FEI, clicando aqui.