De acordo com o levantamento mais recente divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2020, as mulheres representavam apenas 13,3% dos estudantes nas áreas de Computação e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e 21,6% dos cursos de engenharia e profissões correlatas. O tema virou pauta para o programa Cidadania, transmitido na última semana pela TV Senado e, para participar do debate, a Profa. Dra. Carla Araújo, do Departamento de Ciências Sociais e Jurídicas da FEI e a Profa. Dra. Marcilei Guazzelli, do Departamento de Física, foram entrevistadas pela equipe de reportagem.
Em uma pesquisa realizada em 2019, pela professora Carla Araújo, junto com alunas de engenharia, 25% das estudantes afirmam que precisaram se adaptar a um ambiente predominantemente masculino e 43,4% das estudantes verificavam que havia um certo sentimento de superioridade masculina nas áreas. “Ao término de 2019, eu realizei o levantamento de alguns dados com um grupo de quase 200 estudantes mulheres nas áreas de engenharia. Foi muito interessante observar que hoje em dia grande parte delas, mais de 55%, já teve um apoio por parte da família. Uma pequena parte delas ainda percebe resistência por parte de familiares, de colegas e pessoas do seu entorno”, explicou.
Ainda de acordo com a professora, essa resistência ocorre pela ligação com os estereótipos que persistem nas áreas de ciências exatas. “Algumas pessoas ainda enxergam que as mulheres não devem participar dessas áreas, pois consideram que são estritamente masculinas. Então, nós temos hoje um número de mulheres interessadas nestas áreas que está, pouco a pouco, crescendo. É importante que a família apoie, que a escola também seja um espaço de mudança de cultura para essas novas gerações, abrindo as possibilidades para que elas possam escolher de acordo com os seus interesses, de fato, e não de acordo com os estereótipos, que até então demarcaram a nossa experiência dentro da sociedade”, acrescentou.
Já a professora Marcilei Guazzelli, do Departamento de Física da FEI, reforçou a importância do incentivo entre os grupos de mulheres já formadas para as que estão chegando agora nestas áreas. “Nós, mulheres, não podemos em nenhum momento sermos diferenciadas a nenhum tipo de gênero quando se faz uma escolha para seguir uma ciência, porque nós temos toda a capacidade. Ser mulher na ciência é ir à luta. Não parar. Nós temos e podemos conquistar espaços. Nós temos que dar exemplo para incentivar essas meninas a irem para a área de ciências exatas, porque nós precisamos de diversidade para que a ciência evolua. E isto ainda falta, principalmente no Brasil”, afirmou durante a entrevista.
Para conferir o vídeo completo com a participação das professoras da FEI, clique no vídeo abaixo!
FEIanas SciTech
Essa mesma realidade também inspirou um grupo de alunas da FEI a criarem o ‘FEIanas SciTech’. A iniciativa estudantil, que começou ainda em 2018, é liderada pela professora Carla e vem ganhando força com as redes sociais. “Com ele, nosso objetivo é trazer mais união, apoio e incentivo para que as mulheres permaneçam nas áreas de tecnologia e engenharia e parem de acreditar que não são capazes”, ressalta Stela Fernandes, aluna do curso de Ciência da Computação da FEI e que também faz parte do grupo. “Nós precisamos oferecer mais apoio umas às outras. Por isso, queremos que mais mulheres da FEI também comecem a participar, independente do curso, seja engenharia, ciência da computação ou administração. Todas são muito bem-vindas”.
Para saber mais sobre o grupo FEIanas SciTech, confira a reportagem na coluna FEI na Mídia em nosso site.