O Índice Global de Inovação (IGI), elaborado pelas Universidade de Cornell, INSEAD e Organização Mundial da Propriedade Intelectual (WIPO), aponta que o desempenho do Brasil teve uma pequena melhora em 2018, situando na 64ª posição entre 126 países avaliados no quesito competitividade internacional de mercado, mas ainda caiu 17 posições quando analisado o período entre 2011 e 2017. Segundo o IGI, o fraco desempenho brasileiro deve-se, fortemente, ao declínio dos produtos de inovação, associado entre outros fatores, à baixa pontuação obtida no indicador relacionado aos recursos humanos e pesquisa, em especial, aos graduados em Engenharia.
Tendo em vista o lugar central ocupado pela Engenharia na geração de conhecimento, tecnologias e inovações, é estratégico dar atenção à esses números e repensar a qualidade dos cursos oferecidos no país, a fim de aumentar a produtividade e competitividade, e ampliar as possibilidades de crescimento econômico e social do País. Por isso, a revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) do curso de graduação em Engenharia é tão aguardada por parte da comunidade acadêmica e das empresas e setores que representam a atuação profissional da área.
As novas DCNs, homologadas nesta semana pelo MEC, mas que teve seus fundamentos já implantados antecipadamente na FEI, devem elevar a qualidade do ensino em Engenharia no país; permitir maior flexibilidade na estruturação dos cursos de Engenharia, de modo a facilitar que as instituições de ensino inovem seus modelos de formação; reduzir a taxa de evasão nos cursos de Engenharia torná-los mais atrativos e oferecer atividades compatíveis com as demandas futuras por mais e melhores engenheiros, entregando ao mercado de trabalho um profissional mais qualificado para propor soluções inteligentes a problemas mal estruturados
Gestão do conhecimento e formação por competências
O projeto pedagógico do curso de graduação em engenharia (PPC) ocupa posição central nas novas DCNs, ao estabelecer o caminho eficaz para a execução do processo formativo e para a articulação de todos elementos curriculares e das atividades propostas para o alcance dos objetivos e do perfil de egresso desejado.
As novas DCNs, pela primeira, apresentam de forma explícita os diversos componentes que um bom PPC deve contemplar, exigindo que este demonstre, de modo consistente, como se dará a construção do conhecimento, o desenvolvimento das competências e a avaliação de resultados, pontos essenciais para a adequada gestão da aprendizagem.
Os princípios que fundamentam o projeto pedagógico proposto são: foco na formação através do desenvolvimento de competências; incentivo ao uso de metodologias ativas e inovadoras; a flexibilidade curricular que permitam o desenvolvimento de políticas institucionais inovadoras; ênfase na gestão do processo de aprendizagem; fortalecimento da articulação com empresas e indústrias; e valorização da formação docente.
A aprovação das DCNs do Curso de Graduação em Engenharia, aguardada com grandes expectativas, certamente, sinaliza novas maneiras de formarmos engenheiros mais eficientes e preparados para as grandes tendências do futuro. Com esta reformulação, o Brasil dará um importante passo para a melhoria do ensino de Engenharia, e em consequência, para a melhoria do desempenho em inovação do País.
*Fábio do Prado
Reitor do Centro Universitário FEI