Piloto de Fórmula E e CEO da Roborace, Lucas Di Grassi pilotou na tarde da última quarta-feira (19), o Fórmula FEI Elétrico RB6, desenvolvido pelos alunos de engenharia do Centro Universitário FEI para representar a Instituição na competição Fórmula SAE Brasil e também com foco no desenvolvimento de veículos elétricos. A demonstração do automóvel foi realizada na 14ª edição do Veículo Elétrico Latino-Americano, o evento mais importante do segmento na América Latina.
O veículo, sexto modelo elétrico da série RB construído pelos alunos da FEI, foi totalmente concebido pensando nas necessidades e características de um veículo elétrico. Utilizando dados e tecnologias empregadas nos modelos anteriores, e que foram evoluindo, o RB6 possui motor, transmissão, chassis e conjunto de baterias, tudo novo. “Além desse conjunto de novidades, destacamos nesse projeto o uso de um sistema de gerenciamento eletrônico idêntico ao empregado pelas grandes montadoras. Esse sistema contempla uma unidade controladora e softwares de programação e de calibração, que são amplamente usadas pelas indústrias automobilísticas”, destaca João Bruno Palermo, capitão da equipe Fórmula FEI.
O carro possui também, um sistema de identificação de falhas de operação (diagnose on board), exatamente igual aos sistemas de diagnose encontrados nos veículos comercializados pelas montadoras e de corridas. “O RB6 iniciará agora a fase de modelagem das dinâmicas laterais e longitudinais do carro, utilizando uma plataforma de desenvolvimento, através do uso de um software usado por equipes de Fórmula 1, para que os alunos possam otimizar a performance e confiabilidade do veículo para as competições”, completou o coordenador do projeto, Prof. Fábio Delatore.
Impressionado com o Fórmula FEI, Lucas Di Grassi, acostumado a guiar carros profissionalmente na Fórmula E (categoria Elétrica da competição) pilotou pela primeira vez um modelo desenvolvido por estudantes, e destacou, que além da aerodinâmica, potencia, tecnologia o que mais chamou a atenção foi o fato de um projeto como o RB6 ser desenvolvido totalmente por alunos de engenharia e em um campus universitário. “A equipe toda e a FEI estão de parabéns, porque eu sei como é difícil desenvolver tecnologia no Brasil. E ver um projeto como esse, cem por cento desenvolvido pelos alunos é algo muito expressivo, principalmente para a formação de engenheiros para a indústria, seja ela automobilística ou não. Esses alunos, profissionalmente falando, depois de participar de um projeto como esse, podem escolher qualquer área ou empresa para trabalhar, porque realmente é um projeto incrível”, destacou.
Visto não mais como uma tendência, mas sim uma realidade, os veículos elétricos cada vez mais fazem parte do cotidiano, principalmente em países da Europa e Ásia. Segundo Lucas, para que o Brasil possa avançar nessa tecnologia, é preciso investir em infraestrutura e na qualificação de profissionais que desenvolvam essa tecnologia, assim como o Centro Universitário FEI tem feito. “A mudança para os veículos elétricos é algo que vai acontecer, é um fato; mas para fomentar esse desenvolvimento em nosso País, nós precisamos de estudantes e de universidades que desenvolvam tecnologia como essa apresentada no Fórmula FEI, e que pode ser transferida para a indústria, para produtos comerciais; é dar oportunidade para esses jovens criar, desenvolver, inovar; o que eu puder fazer para incentivar essa parte da indústria e ajudar esses alunos eu vou fazer”, destacou o piloto, que é CEO da Roborace, primeira competição do mundo para equipes humanas + maquinas, usando carros autônomos e controlados manualmente.
Confira no link o vídeo com o teste realizado pelo piloto no Fórmula FEI Elétrico
