Na manhã de ontem (18), o jornal Valor Econômico publicou uma reportagem especial sobre a reciclagem de lâmpadas e os riscos ocasionados pelo descarte incorreto. Para tanto, a equipe de reportagem entrevistou a Profa. Michele Rodrigues, do curso de Engenharia Elétrica da FEI, como fonte para trazer profundidade ao tema. No entanto, na manhã desta quinta-feira (19), a matéria voltou a ganhar repercussão, sendo também publicada pelo jornal O Globo – tanto no veículo impresso como também no online.

A seguir, leia o conteúdo na íntegra:

Quando as lâmpadas contendo mercúrio, como as fluorescentes compactas, são descartadas no lixo, o destino final delas, geralmente, é em algum aterro sanitário. Uma vez depositadas lá, o mercúrio e outras substâncias tóxicas contidas dentro delas podem se infiltrar no solo e alcançar mananciais subterrâneos, podendo afetar o abastecimento de água potável, a depender da região.

Em entrevista, a professora destacou que as lâmpadas de LED incluem um processo ainda mais cuidadoso para o descarte correto, pois é mais difícil de separar os materiais. Segundo ela, é a mesma dificuldade do processo de reutilização e de descarte de um microprocessador de computador porque também tem, em sua composição, o silício: — Em termos de reciclagem, as lâmpadas de LED ainda não têm uma técnica de reciclagem tão boa quanto as demais. Elas têm materiais que são difíceis de separar, mais componentes eletrônicos.

De acordo com a apuração feita pela reportagem, hoje, no Brasil, a maior parte das fabricantes de lâmpadas apenas montam os itens. Todos os componentes são importados, especialmente da China, que oferece preços mais competitivos. Exceções são as fábricas que produzem luminárias personalizadas e outros componentes de iluminação. O controle de percentual de material reciclado em sua composição é mais difícil e, muitas vezes, nem exigido pelos vendedores.

*Fonte: texto publicado originalmente pelo jornal O Globo.