Não é novidade, mas não custa frisar: o Brasil é o País mais atingido por raios no mundo. É o que apontam os dados do Elat (Grupo de Eletricidade Atmosférica, do Inspe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). De acordo com as pesquisas, a média nacional é de 70 milhões de raios que atingem o território nacional todos os anos e a tendência que tende aumentar para 100 milhões nos próximos anos, devido às constantes mudanças no clima. O tema virou notícia no portal UOL Tilt, que contou com a participação da professora Michele Rodrigues, do curso de Engenharia Elétrica da FEI, como fonte.
Neste cenário, um aparato acaba ganhando uma importância fundamental para proteger as construções e as pessoas nas grandes metrópoles. Basta olhar para o topo de cada edifício e ele estará lá: o para-raio. Para entender como este equipamento funciona, a professora Michele Rodrigues ajudou a esclarecer algumas dúvidas.
Confira na sequência publicada pelo UOL:
Os para-raios são capazes de dissipar toda a energia dos raios?
Em teoria, sim. E para que isso ocorra, é preciso que o para-raio esteja instalado corretamente e tenha um dimensionamento adequado, considerando que as descargas com tensos podem variar entre 100 milhões e 1 bilhão de Volts, com correntes próximas de 30 mil amperes. Se o aparelho não estiver dentro das normas, parte da carga pode acabar escoando para outras ramificações e causando danos. Outro ponto importante é que o equipamento precisa estar com a manutenção em dia, para garantir que ele ofereça uma boa condução dessas correntes.
Por que as construções atingidas são danificadas e isso não acontece com para-raios?
Isso tem a ver com a resistência do material no qual a energia elétrica irá fluir. Construções, árvores, pessoas e animais geralmente têm uma elevada resistência. Para que a energia flua por estes corpos, ocorre uma ruptura, geralmente de forma muito violenta, devido à quantidade de energia envolvida em raio. A passagem de eletricidade nesses objetos e corpos acaba gerando aquecimento e queimaduras que podem levar seres vivos à morte. Já em árvores e construções, pode haver danos e até incêndios. Como o sistema de para-raios é feito de condutores que tem menor resistência entre o ponto de atração dos raios até o solo, há uma tendência de fazer com que toda a energia flua para o solo, amenizando ou até anulando seus danos.
Em que momento é preciso instalar um para-raio?
A instalação de um para-raio deve seguir a norma NBR 5419 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Sobre a necessidade, existem alguns pontos destacados pelo corpo de bombeiros, que devem ser avaliados, conforme destacado na reportagem do UOL:
- Edificações e estabelecimentos industriais ou comerciais com mais de 1500 m² de área construída;
- Toda e qualquer edificação com mais de 30m (trinta metros) de altura
- Áreas destinadas a depósitos de explosivos ou inflamáveis;
Além disso, há casos específicos quando a periculosidade justificar. Também é recomendada a instalação nas residências de áreas rurais, especialmente em regiões descampadas.
Quando um raio atinge um para-raio, os habitantes do prédio onde há a instalação podem perceber algo?
Tirando o estrondo típico de um trovão, não há qualquer dano para os habitantes ou equipamentos eletroeletrônicos que estejam dentro de um prédio cujo para-raio foi atingido. Considerando, claro, que ele seja bem dimensionado e esteja com a manutenção em dia. É uma situação bem diferente, portanto, de quando um raio cai na rede elétrica. Aí sim, há risco real de danos nos aparelhos.
Fique sempre bem informado(a) com a FEI
Confira mais reportagens que contam com a FEI como fonte na mídia. Basta conferir a coluna “FEI na Mídia” clicando aqui.