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A história e os desafios da Indústria Química

A história e os desafios da Indústria Química


  28/05/2018

Pesquisador do CNPq, Prof. Dr. Henrique Eisi Toma, fala sobre a importância de conhecer a história da Indústria Química, cenários e desafios da área.

Nas últimas décadas a Indústria Química foi uma das atividades econômicas que mais cresceram e se desenvolveram, sendo responsável hoje pelo fornecimento de matéria prima para todos os outros segmentos da indústria, incluindo a de petróleo, gás e biocombustíveis.

China e Estados Unidos lideram o ranking dos países que possuem os maiores parques industriais do setor químico no Mundo. O Brasil ocupa a oitava posição, algo que poderia ser comemorado se não fosse outro ranking mais importante, que é o de produção industrial. Infelizmente, o País que possui as maiores reservas naturais do mundo, florestas, minérios, petróleo e outras riquezas não consegue explorá-las de maneira eficiente, e por isso ocupamos a 109º posição mundial em produção industrial.

Este cenário e outros dados estatísticos sobre a Indústria Química do Brasil foram compartilhados por um dos mais renomados pesquisadores na área da nanotecnologia e nanociência do País, o Prof. Dr. Henrique Eise Toma, no dia 21 de maio, em palestra proferida durante o Café com Engenharia Química, evento realizado no campus de São Bernardo do Campo da FEI.

O tema apresentado pelo palestrante, que coordenou o Instituto do Milênio de Materiais Complexos e que é atual coordenador do Núcleo de Apoio à Nanotecnologia e Nanociências da USP não se resumiu apenas em apresentar um panorama da Indústria Química do Brasil e do mundo. O Prof. Toma convidou o público, a maioria alunos do curso de Engenharia Química, para uma viagem pela história da Química, apresentando pesquisadores considerados “pais” de inúmeros componentes e processos químicos que, segundo o professor, se não fosse por esses homens, não chegaríamos ao nível de desenvolvimento da humanidade que estamos hoje.

“Vocês serão engenheiros, e precisam conhecer a história da Química. Precisam saber quem foi Willian Perkin, o homem que descobriu o corante, tão importante para a indústria química e têxtil. Justus Von Liebig, um químico e inventor alemão responsável por experimentos que possibilitaram a criação de fertilizantes químicos, sabão, alimentos desidratados. Sua contribuição para a humanidade foi extraordinária. Além de inúmeras fórmulas e processos para a química orgânica, Liebig também criou o conceito do laboratório de Química. Vocês precisam saber quem eles eram e como foram as suas descobertas, pois, amanhã serão vocês que estarão fazendo descobertas que poderão mudar o mundo”, provocou o professor.

Falando de dentro de um campus universitário, o Prof. Toma definiu a faculdade como o ambiente das descobertas e transformações; e ressaltou que os principais agentes que nela circulam, ou seja, os alunos e professores, são e serão os grandes responsáveis pela continuidade das futuras descobertas.

Segundo o professor, a ciência tem um longo caminho pela frente, e está nas mãos dos alunos de hoje mudar cenários, por exemplo, como o da balança comercial brasileira, que convive com um déficit de 23 bilhões de reais, isto é, importando mais do que exportando, mesmo possuindo recursos naturais que país nenhum tem. “Temos tudo. Pesquisadores, recursos naturais, universidades com infraestrutura moderna e focadas em pesquisa, como a FEI, por exemplo; mas precisamos começar a pensar mais como nação. Precisamos valorizar nossos professores, profissionais, pesquisadores. Precisamos começar a olhar para as mudanças e tendências do futuro como as Coreias, China, Japão olham; só assim conseguiremos mudar a nossa posição no ranking dos países menos produtivos”, concluiu o professor Toma.