Segundo pesquisas recentes do IBGE, o terceiro desejo dos brasileiros é possuir um plano de assistência médica, anseio esse é claro, resultante de um dos maiores problemas do Brasil, que é a falta de um sistema de saúde adequado. Falta de hospitais, ambulâncias, clínicas especializadas, além de profissionais qualificados são alguns dos desafios que a medicina enfrenta no País.
Mas a tecnologia, que avança a cada segundo em diversas áreas, pode ser um diferencial para este cenário triste, pois, com investimentos adequados e gestão eficiente é possível otimizar as instituições de saúde tornando-as eficientes, menos onerosa e consequentemente, ampliar o acesso à saúde brasileira.
Essa é a visão de Roberto Ribeiro da Cruz, CEO da Pixeon, uma das maiores empresas de sistemas de saúde da América Latina, que, no dia 09 de maio falou sobre os desafios, oportunidades e inovações em tecnologia para transformar a saúde brasileira, durante o IPEI InFoco, evento realizado no campus da FEI em São Bernardo do Campo.
O executivo, formado em Engenharia de Produção pela FEI, destacou inúmeros dados que apontam a necessidade urgente de se rever a área da saúde no Brasil, tanto do ponto de vista legislativo como de processos, e que muitas inovações na área da saúde - que já são realidade em alguns países desenvolvidos - podem contribuir muito para essas mudanças. “As inovações que a medicina oferece hoje, e que com investimentos poderiam salvar muitas vidas, são diversas, como pulseiras e chip´s de monitoramento, que possibilita, por exemplo, um diabético acompanhar o seu nível de glicemia, além de informar se o mesmo pode ou não ingerir determinado alimento com níveis de maiores de açúcar. Essa e outras tecnologias tem contribuído principalmente para a prevenção de doenças, diminuindo os custos com tratamentos de paciente em estágios mais avançados de enfermidade”, exemplifica.
A tecnologia também se mostra importante na redução de custos com a saúde quando olhamos para moradores de lugares distantes e de difícil acesso. Segundo o CEO da Pixeon, no Brasil, em especial os povos ribeirinhos, poderiam facilmente ser atendidas pelas teleconsultas, onde, um médico, alocado em São Paulo, por exemplo, conectado via vídeo, pode consultar pacientes, diagnosticar e até prescrever medicação ou encaminhamento em alguns casos. “Com uma infraestrutura de telecomunicação adequada, que custará mais barato que a construção de um consultório e o pagamento e deslocamento de médicos que nem sempre conseguem chegar a esses lugares, consegue-se reduzir os custos desse atendimento, e, principalmente, aumentar a eficiência no número e alcance dos atendimentos a esses povos que não precisarão sair de seus lugares”, explica.
São inúmeras as tecnologias e inovações que otimizam processos de prevenção e diagnósticos de doenças que melhorariam a vida de milhões de brasileiros que sofrem com a falta de um sistema de saúde adequado. Porém, segundo o executivo, existe outro problema além da falta de investimentos, que a burocracia. “Inovar significa disrupção, e isso exige mudanças. E quando se fala em mudar no Brasil, a legislação se torna a principal barreira para a implantação de muitas dessas tecnologias. A adoção de tecnologias simples, de baixo custo, já ajudaria e muito o tratamento de muitos brasileiros que gostariam apenas de ter o seu direito de cidadão adquirido, que é o de ter acesso a saúde digna e gratuita. Por isso contamos com parcerias importantes nessa caminhada, como as universidades, hoje, berço da inovação e de soluções para o bem-estar da sociedade”, ressaltou.
Saúde e bem-estar
Temas como esse, abordado no IPEI InFoco, além de outros relacionados a saúde e tecnologia serão amplamente discutidos na próxima edição do Congresso de Inovação – Megatendências 2050, em outubro, no Centro Universitário FEI - que terá como tema dessa edição “Tecnologia para uma vida além dos 100 anos”. Aguarde, em breve, no site da FEI, mais informações.