As mulheres possuem mais acesso ao ensino superior em comparação aos homens, mas ainda assim, encontram barreiras nas profissões e são minoria no mercado nas áreas de tecnologia, engenharia e outras ciências exatas. É o que mostra a pesquisa mais recente divulgada na última semana pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O levantamento “Estatísticas de Gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil” ainda aponta que, quanto mais jovens, maior é o acesso das mulheres ao ensino superior.
No grupo de 25 a 34 anos, 25% das mulheres tinham nível superior contra 18% dos homens. Já no grupo de 35 a 44 anos, as estatísticas foram de 24,4% das mulheres e 17,3% dos homens. No grupo de 55 e 64 anos, os índices são de 15% para mulheres e 13% dos homens.
Mas mesmo que a quantidade de mulheres com acesso ao ensino superior seja maior, ainda existe uma barreira entre a escolha das profissões. Em áreas como Computação e Tecnologia da Informação, por exemplo, elas representam apenas 13% dos alunos matriculados e 21,6% dos cursos de engenharia pelo país.
E foi olhando para essa realidade que Giovanna Ferracioli decidiu mudar. Aluna do 9º ciclo do curso de Engenharia Elétrica da FEI, a estudante conta que sempre observou as diferenças no mercado até que decidiu reagir. “Com a FEI, sempre tive uma boa base para construir e ampliar as minhas soft skills e hard skills para o mercado e foi com isso que conquistei uma vaga em um ótimo estágio. No entanto, certo dia recebi um feedback muito negativo do meu chefe, dizendo que eu não sabia mostrar o valor do meu trabalho e, por isso, não seria efetivada na empresa. Foi um choque muito grande, mas foi a partir daí que comecei a pensar em como usar esse feedback a meu favor e entendi que precisava melhorar a minha comunicação”.
Com este foco, Giovanna conta que decidiu criar a página no Instagram ‘Marketing para Engenheiras”. No ar desde julho de 2020, a estudante hoje compartilha diversos conteúdos, dicas e orientações para mulheres engenheiras que possuem dificuldades para demonstrar suas habilidades, como usar a comunicação para crescer profissionalmente, empreendedorismo, além de oferecer serviços de mentoria exclusivos para engenheiras. “Acredito que muitas dessas barreiras que nós mulheres encontramos hoje no mercado também se deve a uma certa falta de segurança, principalmente quando nos deparamos em ambientes majoritariamente masculinos. Por isso, com base também na minha experiência, decidi criar a página para ajudar e inspirar outras mulheres que, assim como eu, também precisam enfrentar diariamente essas barreiras no mercado”, ressalta a estudante.
FEIanas SciTech
Além da aluna Giovanna, essa mesma realidade também inspirou um grupo de alunas da FEI a criarem o ‘FEIanas SciTech’. A iniciativa estudantil, que começou ainda em 2018, veio do professor Guilherme Wachs. Hoje, este grupo é liderado pela professora Carla Andrea Soares de Araujo, da área de Ciências Sociais e Jurídicas da FEI, e vem ganhando força com as redes sociais. “Com ele, nosso objetivo é trazer mais união, apoio e incentivo para que as mulheres permaneçam nas áreas de tecnologia e engenharia e parem de acreditar que não são capazes” ressalta Stela Fernandes, aluna do curso de Ciência da Computação da FEI e que também faz parte do grupo. “Nós precisamos oferecer mais apoio umas às outras. Por isso, queremos que mais mulheres da FEI também comecem a participar, independente do curso, seja engenharia, ciência da computação ou administração. Todas são muito bem-vindas”.
E se você gostou deste conteúdo, confira também o bate-papo que tivemos com a professora Daniella Caluscio, do Departamento de Engenharia de Materiais da FEI, sobre mulheres e meninas na ciência. Confira na nossa edição especial do FEI Play Talks: