Aprender uma nova língua, conviver com uma nova cultura, novos hábitos, costumes, clima e a saudade de casa. Viajar para outro País e realizar um intercâmbio inclui diversos desafios, para além dos estudos. No entanto, uma coisa é certa: encarar esses obstáculos com coragem e determinação ajuda a trazer resultados e aprendizados surpreendentes para toda a vida.
É o que relata um grupo de cinco estudantes da FEI que optaram por ingressar nos estudos em instituições parceiras no exterior. São cinco histórias com jornadas marcantes e experiências grandiosas.
Ana Beatrice, Nicole e Lucas são exemplos de estudantes que optaram pelo Programa de Duplo Diploma, iniciando o intercâmbio em setembro de 2024, com previsão de conclusão para agosto de 2026. Ambos se inscreveram para o Programa em parceria com o Institut Catholique d’arts et Metiers (ICAM), na França. Essa parceria com a FEI, possibilita aos participantes um diploma também da instituição estrangeira. A modalidade de intercâmbio está disponível para os alunos de graduação dos cursos de Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica e Engenharia de Produção. O programa tem duração de 04 semestres, sendo 03 semestres cursando disciplinas no ICAM e 01 semestre de estágio obrigatório na França.
Já as estudantes Manuella e Sophia, seguiram opções diferentes, pois conseguiram a oportunidade de estudar no exterior por meio do Programa de Iniciação Científica da FEI, com bolsas da FAPESP. As duas já concluíram os estudos no exterior.
Em contato com o Departamento de Relações Internacionais, área responsável pelas parcerias da instituição com universidades do exterior, nossos estudantes encaminharam depoimentos especiais sobre suas experiências e jornadas. Confira na sequência:
Texto assinado pelas alunas Sophia Alves Luzeiro e Manuella Valeriano, matriculadas no curso de Engenharia Química da FEI
“Nós, Sophia Alves Luzeiro e Manuella Valeriano, alunas de graduação do curso de Engenharia Química da FEI, vivemos uma das experiências mais marcantes das nossas vidas durante o nosso intercâmbio de pesquisa em Nápoles, na Università degli Studi di Napoli Federico II. Mesmo tendo ido em meses diferentes, sentimos que nossas histórias se conectam de um jeito muito bonito. Chegar na Itália com a mala cheia de expectativas e o coração cheio de dúvida foi assustador no começo. Tudo era novo: a língua, as ruas, a comida, o jeito das pessoas, o ritmo do laboratório. Mas, aos poucos, aquilo que parecia estranho virou rotina, e a rotina virou carinho. Estar ali nos fez perceber o quanto éramos capazes de muito mais do que imaginávamos.
No laboratório, mergulhamos no MATLAB, aprendemos novas metodologias, conversamos com pesquisadores. E, no meu caso, Sophia, tive a possibilidade de participar também de um curso de Tratamento de Água e Efluentes, que ampliou muito meu conhecimento. O crescimento pessoal foi tão grande quanto o acadêmico. Morar sozinha num país desconhecido mexe com a gente: dá medo, dá saudade, dá frio na barriga..., mas também dá uma sensação enorme de liberdade e força. Aprendemos a nos virar, a pedir ajuda, a nos comunicar mesmo quando parecia impossível encontrar as palavras certas. E isso mudou algo dentro de nós.
Nápoles também nos ensinou muito. A intensidade da cidade, o caos bonito das ruas, o mar, a pizza que nunca mais vai ter igual, as pessoas que falam com as mãos e com o coração… tudo isso fez parte da nossa formação tanto quanto o laboratório. Foi ali, na mistura da rotina acadêmica com a vida nas ruas napolitanas, que crescemos de verdade.
Voltamos para o Brasil diferentes: mais confiantes, mais corajosas e com uma visão de mundo muito maior. E carregamos um orgulho enorme por termos sido as primeiras alunas de graduação da Engenharia Química da FEI a viver essa oportunidade através da Bolsa Estágio de Pesquisa no Exterior (BEPE) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Esperamos que nossa experiência inspire outras pessoas a acreditarem no próprio potencial e buscarem o novo, mesmo quando ele assusta.
Essa viagem foi mais do que um intercâmbio: foi um divisor de águas nas nossas vidas.”
Texto assinado pela aluna Ana Beatrice Seabra Capovilla, matriculada no curso de Engenharia Mecânica da FEI
“Participar do programa de duplo diploma na França tem sido uma experiência incrível para nós! Estudar no ICAM Lille tem nos proporcionado um grande aprendizado acadêmico e pessoal, além da oportunidade de vivenciar o dia a dia da engenharia em um contexto totalmente novo. Temos aprendido muito com professores e colegas de diferentes países, trocando ideias, culturas e formas de pensar. Essa vivência internacional tem ampliado nossa visão de mundo, reforçando valores como autonomia, adaptação e trabalho em equipe. Estamos muito felizes por representar a FEI aqui na França e por viver uma experiência que certamente marcará nossa trajetória profissional e de vida”.
Texto assinado pela aluna Nicole Carreta Nouer, matriculada no curso de Engenharia de Produção da FEI
“Eu sempre tive o sonho de estudar fora e, quando estava escolhendo qual faculdade fazer, a parceria consolidada há anos entre a FEI e o Icam, na França, oferecendo a oportunidade de dupla diplomação, foi o fator decisivo. Sempre gostei muito da língua francesa e da França que eu via na TV.
No final do meu 3º ano de engenharia, quando comecei a me preparar para esse intercâmbio, me dei conta de que viver dois anos na França não seria fácil para um brasileiro que precisa dividir tudo por R$6,20. Fui agraciada com a bolsa Brafitec para cobrir esse programa de dois anos, devido a FEI ter sido uma das instituições de Ensino Superior selecionadas no edital do Programa CAPES/Brafitec.
Depois de 1 ano e 2 meses aqui na França, consigo ver o quanto evoluí em tão pouco tempo. A Nicole de hoje não é a mesma que saiu do Brasil e também não é a mesma dos primeiros meses aqui. Hoje falo francês fluentemente, graças à imersão total proporcionada pelo percurso 100% em francês do Icam. Quando cheguei, eu não conseguia entender nem metade das aulas ou do que as pessoas diziam. Agora ouso dizer que entendo cerca de 90% de uma conversa e me comunico com mais naturalidade. Meus amigos franceses sempre me parabenizam pela minha evolução e me incentivam a continuar aprendendo, e não hesitam em me corrigir quando eu erro, o que só acelera meu progresso.
Também tive a oportunidade de fazer um estágio como Assistante Ingénieure no maior grupo de cosméticos do mundo, a L’Oréal, onde descobri minha paixão pelo chão de fábrica e pude ver, na prática, tudo o que aprendi nos meus quatro anos de Engenharia de Produção. Hoje realizo meu TCC em otimização de processos e melhorias contínuas em uma empresa corretora de seguros, a Verspieren, e estou em busca do meu estágio final obrigatório, o stage de fin d’études.
Acredito que todos os jovens deveriam ter a oportunidade de sair da sua zona de conforto e enfrentar os desafios de viver em outro país, com uma cultura e uma língua completamente diferentes das suas. Aproveitar a oportunidade de bolsa de estudos completa, através do Programa CAPES/Brafitec, é algo realmente único, especialmente considerando a atual situação econômica do país.
Meu desenvolvimento pessoal é imensurável, e posso dizer sem medo que hoje sou capaz de enfrentar qualquer tipo de problema. Adquiri uma independência, adaptabilidade e autonomia que talvez eu nunca tivesse conquistado sem essa experiência”.
Texto assinado pelo aluno Lucas Gomes da Silva, matriculado no curso de Engenharia Mecânica da FEI
"Uma experiência transformadora!
Meu nome é Lucas Gomes da Silva, sou estudante de Engenharia Mecânica na FEI e bolsista no programa de duplo diploma em Engenharia Generalista no Icam, em Lille, França, por meio do programa CAPES/Brafitec.
Vindo de escola pública e sendo bolsista integral na FEI, conquistar essa oportunidade sempre pareceu algo distante. Ao conhecer a parceria com o Icam, decidi estudar francês com dedicação para realizar o sonho de estudar na Europa, e ver esse sonho se concretizar foi extraordinário.
No Icam encontrei um modelo de ensino muito interessante: são mais disciplinas por semestre, forte multidisciplinaridade e projetos que estimulam autonomia e responsabilidade. A formação generalista me permitiu explorar áreas como Engenharia Química e Engenharia de Produção, ampliando significativamente minha visão de mundo e minha base técnica.
A adaptação ao francês foi um desafio no começo, mas professores e colegas sempre me apoiaram. Lille, por sua vez, é uma cidade jovem, acolhedora e cheia de estudantes internacionais, o que torna a experiência cultural ainda mais rica.
Recomendo o Icam para quem busca crescimento pessoal e acadêmico, contato com novas culturas e uma formação realmente multidisciplinar. Essa vivência expande horizontes e transforma a forma como enxergamos a engenharia e o mundo. Sou profundamente grato à FEI, ao Icam e ao programa Brafitec por essa oportunidade única."