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Possibilidade de vida em Vênus pode trazer mudanças significativas para a astronomia

Possibilidade de vida em Vênus pode trazer mudanças significativas para a astronomia


  21/09/2020

Presença de fosfina na atmosfera do planeta indica atividade microbiana ou processos geológicos ainda desconhecidos

Um estudo divulgado, nesta segunda-feira (14/9) pela revista Nature Astronomy, revelou a existência de fosfina na atmosfera de Vênus. Essa substância, formada por hidrogênio e fósforo, está presente em assinaturas biológicas que podem indicar a presença de vida.

Até o momento, conhecemos apenas dois mecanismos para a produção de fosfina, provenientes de bactérias ou de atividades geológicas, como vulcanismo e raios. Para ter a quantidade encontrada dessa substância — 20 partes por bilhão —, seria necessário um mecanismo ativo, que recolocasse esse material na atmosfera com frequência. Por isso, muitos cientistas discutem a possibilidade de atividade microbiana nas nuvens.

Os autores do artigo argumentam que a detecção de fosfina indica processos geológicos ou químicos potencialmente desconhecidos que ocorrem em Vênus e que serão necessárias outras observações e modelagens para explorar a origem das moléculas encontradas.

O que podemos aprender com essa descoberta?

Por ser um planeta superaquecido e tóxico, com canais de lava derretida que chegam a 5.000 km de comprimento, Vênus já foi comparado diversas vezes com o inferno e nunca se imaginou que poderia haver um tipo de vida que sobreviveria nessas condições.

Caso seja confirmada a presença microbiana em sua atmosfera, teremos mais chance de encontrar vida em locais que considerávamos inóspitos, como Marte e Europa (a lua de Júpiter).

Se for revelado que a fosfina se originou de processos geológicos, ainda será uma grande descoberta e nos proporcionará muito aprendizado, pois poderemos estudar atividades ainda desconhecidas. 

Mas por enquanto, o mais importante é que essa descoberta deve impulsionar o financiamento de pesquisas. Temos bons pesquisadores em todo o mundo e, com mais investimento, podemos ter novas descobertas importantes em menos tempo. Quem sabe a próxima venha de um brasileiro?