Orgulho e representatividade. Entre os dias 14 e 17 de agosto, a equipe ROBOFEI representou o País e a FEI no RCAP (RoboCup Asia-Pacific) Beijing Masters – Humanoid League 2025 – ou Olimpíada de Robôs Humanoides, no português – uma competição que reuniu mais de 280 equipes de 18 países diferentes, incluindo o Brasil. Um marco histórico para a evolução robótica, por se tratar da primeira realização global dos jogos mundiais de robôs humanoides. As principais modalidades envolveram disputas esportivas como futebol de robôs (já bastante praticado pelos estudantes da FEI), atletismo boxe, artes marciais, salto e tênis de mesa.
“Após o processo de inscrição, candidatura e submissão de material técnico, a Equipe ROBOFEI foi aprovada a integrar o seleto grupo de equipes com resultados expressivos em competições internacionais de robótica, reforçando o protagonismo do Brasil no cenário global. A participação foi integralmente financiada pelo consórcio de empresas de robótica que patrocinaram o evento, oferecendo adicionalmente infraestrutura completa de treinamento e suporte técnico às equipes”, explicou o Professor Plínio Thomaz Aquino Junior, coordenador da Equipe ROBOFEI – na categoria de Robôs de Serviços (@Home) e, também, docente do curso de Ciência da Computação da FEI.
Ainda de acordo com o professor, para participar da olimpíada na China, a delegação da equipe foi composta por ele e pelo Prof. Flávio Tonidandel, e alunos dos três times competitivos da instituição, incluindo dois estudantes representantes de cada uma das categorias: Humanoid League, Small Size League (SSL) e @Home. A formação estratégica da equipe foi organizada com o objetivo de promover o intercâmbio de conhecimento entre as áreas, fortalecendo a pesquisa e a inovação.
“A composição multidisciplinar permite que o conhecimento histórico da equipe humanoide, a experiência em robôs de futebol do SSL e a arquitetura distribuída de percepção e controle do @Home contribuíssem diretamente para o desempenho no torneio”, afirmou.
Nesta etapa, a equipe ROBOFEI atuou competindo na modalidade AdultSize (3x3), com robôs humanoides de última geração, fornecidos pela empresa Booster Robotics. Mais de 80 robôs foram disponibilizados para que a equipe da FEI e dos demais países trabalhassem na programação, para que os robôs performassem em treinos e partidas, explorando conceitos avançados de visão computacional, inteligência artificial, controle distribuído e coordenação autônoma. Durante os jogos, os estudantes da FEI enfrentaram equipes de países como Japão, Alemanha e Malásia.
As partidas foram registradas de perto pelo professor Plínio em suas redes sociais. No último jogo da fase de qualificação, em que a equipe da FEI competiu contra a equipe japonesa, o professor destacou em comentário bem-humorado: “Último jogo da fase de qualificação: ROBOFEI (Brazil) x RFC Tsudanuma (Japan). Nossos colegas do Japão se dedicaram muito, mas não conseguiram finalizar a preparação dos robôs a tempo. Pela regra da competição, não é possível adiar: chegou o horário, o jogo acontece. Aproveitamos para ativar módulos novos e testar novos chutes em cenário real. Diversão garantida e muito aprendizado. Parabéns ao ROBOFEI pela 1ª colocação na fase de qualificação. Parabéns à equipe RFC Tsudanuma (Japan) pela dedicação e espírito esportivo” publicou em sua rede social.
Além dos resultados em competição, o docente da FEI e coordenador da categoria de robôs de serviços da instituição, ressaltou os grandes objetivos e impactos gerados com a oportunidade de participação da equipe ROBOFEI nesta olimpíada. “A participação no RCAP Beijing Masters permitiu que o time aplicasse e validasse algoritmos de visão computacional, estratégia e controle desenvolvidos na FEI, fortalecesse a formação acadêmica de alunos e professores, preparando-os para desafios futuros e em pesquisas e mercado, além de ampliar a visibilidade internacional da FEI, em sua atuação na robótica brasileira”, finalizou.
Sobre a Olimpíada de Robôs Humanoides na China
De acordo com a organização chinesa, os jogos foram uma oportunidade valiosa para a coleta de dados e desenvolvimento de robôs para aplicações práticas na indústria, como a realização de trabalhos em fábricas, por exemplo. Por trás da “brincadeira” alinhada com as partidas de futebol, havia um estudo sobre o auxílio no treino para a coordenação dos robôs, que pode ser útil para aplicações em linhas de montagem que exigem colaboração entre várias unidades. A realização da Olimpíada de Robôs Humanoides na China também reflete uma preocupação já conhecida: o envelhecimento da população. Atualmente, o país tem investido bilhões de dólares em tecnologia avançada e robôs humanoides, pensando em cenários e necessidades futuras – indo além da competição tecnológica com os Estados Unidos.