Uma tarde de provocações, reflexões e muito aprendizado. Na última quinta-feira (15), o Coletivo Irmãos Rebouças promoveu uma atividade diferente no Campus da FEI em São Bernardo do Campo. Exibindo o filme “Preto no Branco”, um curta metragem de 15 minutos de duração, o roteiro trouxe a história de um jovem negro, que vive em uma cidade grande e que enfrenta uma situação de discriminação e racismo.
A abertura do evento foi conduzida pelo Prof. Dr. Baltus Bonse, docente do curso de Engenharia Mecânica da FEI, que abordou previamente os objetivos da ação e do Coletivo na abordagem do tema para a comunidade. O filme foi exibido em um cinema ao ar livre, montado no gramado do Campus, em frente à sala de estudos. Alunos, professores, reitores e colaboradores estiveram presentes participando da atividade, que contou com apoio da equipe audiovisual e da Superintendência da FEI. Depois de assistirem ao filme, os participantes contribuíram ainda para uma roda de conversa, com reflexões sobre o tema.
“Esse filme abre uma discussão muito importante que é sobre o racismo estrutural, porque vivemos uma condição de discriminação de pessoas negras e, especialmente, dos jovens negros. A ideia é que, com a roda de conversa, possamos provocar essas reflexões sobre o impacto disso na nossa comunidade. Aqui na FEI temos situações de muitos jovens que convivem juntos, e queremos trabalhar a questão do racismo para que não haja discriminação. Sobretudo, que possamos refletir o nosso papel enquanto educadores, estudantes e funcionários dentro dessa comunidade e no combate ao racismo”, ressaltou Edson Gomes Jardim, do Departamento de Recursos Humanos da FEI e Conselheiro do Coletivo Irmãos Rebouças.
De acordo com ele, essa é só uma das iniciativas que o Coletivo planeja promover nos Campi da FEI para mobilizarem, cada vez mais, alunos, professores e colaboradores. “É importante que consigamos acolher as pessoas negras que estudam e trabalham aqui, no sentido de conhece-las, saber das suas dores, mostrar que elas podem participar e contribuir com essas iniciativas. Vale ressaltar que o Coletivo não é somente um espaço de dores, mas de alegria também, de troca de experiências de vida, de arte e de música. Queremos que o Coletivo seja vivo e possa atender várias demandas e pedidos dos nossos alunos e comunidade”, finalizou o Conselheiro.
“Quando entrei para o coletivo, me senti muito bem acolhida. Um ponto que discutimos nesse encontro foi a questão da representatividade, pois aqui na FEI, nós não encontramos muitas pessoas pretas ou pardas. No coletivo consegui me identificar com as pessoas, vi que elas viviam situações parecidas com a minha. Isso foi muito importante para que eu me sentisse acolhida e em um espaço seguro. Esse tipo de debate é importante para que as pessoas possam expor o que elas veem, o que elas sentem, porque muita gente está fora dessa realidade e acaba julgando sem saber ou sem entender”, ressaltou a aluna Paloma Brito, do curso de Administração e membro do Coletivo.
Sobre o Coletivo Irmãos Rebouças
Fundado em 2023, o Coletivo Irmãos Rebouças é uma iniciativa estudantil, que promove ações nos Campi da FEI, com o objetivo de combater o racismo estrutural, levando a todos uma conscientização da realidade, além de servir como rede de apoio, de boas oportunidades de ascensão social e profissional a pessoas pretas, pardas ou de outras comunidades minoritárias no ambiente universitário. Para acompanhar essas e outras iniciativas do Coletivo, basta segui-lo no instagram: @irmaosreboucas