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Vivendo e transmitindo vida

Vivendo e transmitindo vida


  11/08/2020

O Centro Universitário é uma Instituição que vive, transmite e transborda vida; e sua missão é ensinar a viver em qualquer situação na qual estejam envolvidos.

Palavras do Presidente da FEI, Pe. Theodoro Peters S. J, no encerramento da Semana da Qualidade no Ensino, Pesquisa e Extensão do Centro Universitário FEI.

Participantes da Comunidade Universitária da FEI

Desejo manifestar a minha alegria ao me dirigir a todos após três dias de participação virtual na programação proposta. Foi um trabalho intenso e agradeço muito poder participar e testemunhar a qualidade do que foi vivido, em participação e comunhão na missão que nos foi confiada. Nossa missão promana diretamente da fonte o próprio Deus, que nos inspira sua vontade para o nosso bem e realização. A seguir, a missão passa pela mediação do papa atual, Francisco, que nos confirma no bem a ser promovido, delegando ao superior geral da Companhia de Jesus o cuidado pela atenção a ser dada às Preferências Apostólicas Universais, elegidas para o próximo decênio, formuladas após consulta a todas as instituições da Companhia de Jesus a fim de oferecerem suas reflexões. A FEI, através de representação bem coordenada, participou e se sentiu contemplada na redação final das mesmas. Para esta missão recebemos e oferecemos a delegação para que possa ser multiplicada em todas as instancias, a partir da reitoria, das coordenações de curso, chefias de departamento, aos professores, pesquisadores, técnicos, estudantes.

Na abertura desejei expressar a articulação entre a espiritualidade de Inácio de Loyola e a aderência acadêmica. Cada pessoa busca interlocutores, como Inácio também o fez quando estava enfermo convalescente. Interlocutores externos, as pessoas do entorno, presenciais ou virtuais. Inácio lembrava-se de suas venturas, duelos, lutas, ambientes das cortes. Impendido pelos limites do solar paterno, fantasiava, recordando, traçando planos para a retomada. Nas leituras, os feitos e seus autores embaralhavam-se com seus desejos de que os poderia superar tranquilamente, quando falava com seus botões. Inácio foi percebendo um interlocutor diferente, o próprio Deus que o inspirava e sugeria boas disposições.

Jesus, no Evangelho de Mateus (8,26), cita uma situação limite na qual, em território pagão, Gerasa, havia uma pessoa indomável, a pessoa não se controlava, as pessoas próximas, tampouco. Atirava-se no fogo, feria-se nas pedras. Impossível imobilizá-la. Sua força descomunal rompia correntes, grilhões. Fazia mal a si mesma. Tendia à morte. Jesus a interroga perguntando o que a habitava, por quem era dominada. A resposta foi: meu nome é Legião! Jesus ordena que saia da pessoa. O espírito suplica para não ser expulso da região, mas que Jesus consentisse que dominasse os porcos que eram pastoreados. Ao serem possuídos, os 2.000 animais atiraram-se ao mar e se afogaram. Radicalmente o Evangelista narra o perigo da pessoa ser comandada por um interlocutor que pode levar à morte. Discernir os espíritos que influenciam a pessoa é um processo que Inácio viveu, descobrindo dia a dia, refletindo, narrando, legando à humanidade. Inácio nos inspira confiança, nos aconselha prudência, nos envolve na ousadia da coragem de buscar boas realizações. A aplicar todo nosso potencial em fazer bem o Bem, promover, irradiar, testemunhar.

Inácio é insaciável! Não se contenta com o adquirido! Quer Mais, Maior, Melhor. Deus sempre Maior! Ad Maiorem Dei gloriam! Em tudo amar e servir! Frases candentes em sua vida e orientação.  

Nossa missão se desenvolve na área das ciências fortes que aqui desfilaram com os estandartes dos Pilares estruturantes, das Áreas Estratégicas e das Competências. O professor Ricardo, da Química, articula Ciência e Arte, conhecimento e vivência, viver bem, conquistas da ciência a serviço da vida.

Inácio sugeria levar a vida terrena para a vida em Plenitude. O corporal, físico, para o espiritual, eterno. Um amigo do Recife, antigo aluno, jornalista, escritor, poeta informa que está escrevendo um livro com histórias de cinco minutos. Como aperitivo cita uma: foi visitar um amigo, monsenhor Edivaldo, internado no Hospital em situação grave. Animado, lhe pergunta se estava bastante contente. Responde o enfermo: como, se estou aqui neste hospital? Ele retruca: mas o senhor sempre falou que a maior felicidade era estar com Deus. Agora está se aproximando a sua partida, deveria estar radiante! A resposta foi: vai para o diabo... Inácio considerava que a enfermidade, a própria morte, não era um dom menor do que a saúde. Francisco de Assis a chamava a irmã morte. É o contraste da realidade terrestre conhecida e o horizonte da fé conduzindo ao desconhecido não experimentado. Deixar o considerado seguro, porque conhecido, e lançar-se, abraçando o esperado em decorrência de acreditar, inspirado pela fé no Ressuscitado dentre os mortos.

Saúdo e felicito o reitor Gustavo, os vice-reitores Dário e Flávio, aos chefes de departamento e coordenadores de cursos e, através deles, a toda a comunidade de docentes, pesquisadores, técnicos administrativos, estudantes, funcionários pela realização desta semana de qualidade virtual.

O reitor, com seu vocabulário rebuscado, nos animou com o “transiente fortíssimo”, as “interfaces”, o “nexialista, criando nexo entre as áreas”, a “Universidade em Saída para a Sociedade”.

Desejo a todos expressar o otimismo da esperança, animar ao altruísmo as competências mencionadas envolvendo estudantes e professores. O estudante está formando-se, o professor apoiando a formação do estudante, ambos estão caminhando, seguindo em frente, não podem estacionar na estrada do conhecimento, no mesmo processo, interagindo, formam o próximo, se formam formando o próximo. O conhecimento não aceita aposentadoria. Convida ao envolvimento, à transformação, à inovação. A FEI vive, transmite, transborda vida. Sua missão é ensinar a viver em qualquer situação na qual estejam envolvidos. Muito grato pela atenção, pelo desafio, pela resposta afirmativa na participação e na comunhão, realizando a missão da FEI a partir da própria especialização profissional.

 Pe. Theodoro Peters, S.J.