Reportagem originalmente publicada pelo Estadão*
Na manhã desta quinta-feira, a SpaceX, empresa do bilionário Elon Musk, realizou o primeiro voo bem-sucedido com o maior foguete do mundo, o Starship. Pesando 5 mil toneladas, o equipamento operou com segurança o voo não-tripulado e retornou à Terra de forma certeira, incluindo o lançador Super Heavy. Segundo especialistas, o sucesso representa os primeiros passos de uma longa jornada até Marte.
O bilionário publicou no X, ex-Twitter, depois do pouso. De acordo com ele, embora tenha ocorrido a perda de muitas placas e a danificação de um flap, o Starship conseguiu pousar suavemente no oceano. “Parabéns, equipe SpaceX, pela conquista épica!!”, escreveu.
A meta final de Musk é lançar mão da nave para, no ano que vem, conduzir a tripulação da Nasa até a Lua. Depois disso, a ideia é transportar carga e pessoas até Marte. Segundo a SpaceX em seu site, o Starship poderia transportar até 100 pessoas em voos interplanetários de longa duração. As viagens teriam custos milionários.
Obstáculos
A escada até a Lua e Marte pode ter sido encurtada nesta quinta, mas há muitos obstáculos a serem superados, alertam os especialistas.
“Os desafios que a SpaceX se propôs a vencer são grandes, com novas manobras e novas técnicas. Também há a questão do pouso, que é bastante diferente de acordo com onde se pretende pousar”, argumenta Cássio Barbosa, professor de física da Fundação Educacional Inaciana (FEI).
Mesmo assim, o cenário parece promissor. “O aumento da concorrência com a iniciativa privada e o interesse comercial pode levar à queda do preço e ao desenvolvimento de novas tecnologias de forma muito mais acelerada”, diz. De fato, o sucesso da SpaceX simboliza também o avanço da iniciativa privada no setor espacial. Anteriormente, havia predominância de agências do governo, como a Nasa.