O isolamento social, adotado por muitos países para amenizar os impactos da pandemia de coronavírus, fez com que muitos modelos de negócios migrassem totalmente para o ambiente online, além de alavancar o home office.
Apesar de sentirmos o impacto dessas transformações repentinas, a mudança não surpreende, já que muitos desenvolvimentos ou inovações digitais dependiam do desapego de métodos e ações antigas, com as quais as pessoas já estavam acostumadas e representavam suas zonas de conforto. Durante a quarentena, essas pessoas tiveram que quebrar suas resistências e passaram a conviver mais de perto com muitas novas tecnologias digitais.
Algumas dessas novas experiências, inclusive, não irão ser simplesmente descartadas ao final do período de isolamento, pois já representarão uma quebra de paradigma nos métodos antiquados e se mostraram mais eficientes e confiáveis.
Reuniões virtuais, trabalho em home office e compras online ganharam novos status e diferentes dimensões. Empresas que não digitalizarem rapidamente seus negócios, e que resistiram a essa mudança até agora, devem sofrer nos próximos anos com fortes concorrências diversas do mundo online.
E, embora haja a expectativa de curto prazo de que os países se fechem e priorizem o mercado interno logo após a pandemia, as empresas que irão sobreviver serão aquelas que investirem em digitalização e que voltarem a serem globalizadas rapidamente. Não existe mais mercado forte sem considerar o mundo inteiro. Quanto mais tempo um mercado ficar fechado em si próprio, mais ultrapassado vai se tornar.
Os alunos das universidades, independentemente de seus cursos de graduação, já deveriam se preparar para um mercado de trabalho diferente, com ou sem pandemia. O mercado de trabalho foi impactado pelo isolamento, mas ainda vai sofrer mudanças significativas com a entrada cada vez mais contundente da Inteligência Artificial, Robótica, Computação Quântica, nanotecnologia e outras inovações na sociedade e nos meios produtivos.
Deste modo, uma Instituição de ensino preparada para o futuro é aquela que possui uma estrutura dinâmica, fluida, amorfa, que consiga se movimentar junto com o mercado, que permita aos seus alunos desenvolverem suas competências na prática, resolvendo problemas reais e modernos, e com uma visão voltada às megatendências do futuro da sociedade e do mundo.
Prof. Dr. Flavio Tonidadel
Vice-reitor de Extensão e Atividades Comunitárias
Centro Universitário FEI