O Centro Universitário FEI é uma das instituições de Ensino Superior que fazem parte do Programa Prioritário do Governo Federal Rota 2030, cujo objetivo é definir políticas públicas para o desenvolvimento do setor automotivo do País por meio da interação efetiva da academia, empresas e Governo. O Programa pretende criar novas competências e formação de recursos humanos para a indústria nacional, possibilitando a participação brasileira no desenvolvimento dos processos globais.
A FEI coordena o Eixo de Biocombustíveis da Linha V do Rota 2030. Linha essa, coordenada pela Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep) e dividida em três grandes Eixos: Biocombustíveis, que está relacionado ao desenvolvimento e à aplicação de tecnologias, motores e componentes ligados a biocombustíveis e eficiência energética; Segurança Veicular para o desenvolvimento de tecnologias que preservem a integridade física dos ocupantes de automóveis e aumentem a segurança; e Propulsão Alternativa à Combustão, com foco no desenvolvimento de novas tecnologias, principalmente sistemas e componentes voltados para veículos elétricos, híbridos e célula a combustível.
O Centro Universitário FEI, sob a Coordenação do Departamento de Engenharia Química, submeteu uma proposta ao primeiro Edital do Programa Rota 2030, tendo sido contemplado com a aprovação do Projeto intitulado "Eficiência energética em motores flex com enriquecimento de hidrogênio obtido por reforma catalítica embarcada”. O Projeto terá como Coordenador Geral o Prof. Dr. Ricardo Belchior Torres, Chefe do Departamento de Engenharia Química, e receberá aporte financeiro da FUNDEP de R$ 3.009.807,00, com contrapartida econômica das empresas no valor de R$ 2.351.280,00, totalizando R$ 5.361.087,00 em recursos. Este Projeto tem como instituições participantes a FEI, o Instituto Nacional de Tecnologia, a Universidade Federal de Minas Gerais e a Universidade Federal de São Carlos, além das empresas AVL e SABO. A data prevista para início da execução do projeto é agosto, e terá duração de 3 anos.
O objetivo do Projeto é aumentar o uso eficiente do etanol em motores veiculares, de modo a obter maior rendimento energético e menor emissão de gases poluentes. Para isso, será proposta a inserção de um processo embarcado de conversão de etanol, produzindo uma mistura combustível com elevado conteúdo calorífico para injeção em motores convencionais flex-fuel. O processo envolve a reforma parcial do etanol para a produção de biohidrogênio, formando uma mistura etanol-hidrogênio com características adequadas para injeção e queima em motores ciclo Otto. “A meta principal é o aumento da eficiência energética do etanol frente à gasolina em motores flex-fuel. A utilização de mistura etanol-hidrogênio tem a vantagem de poder ser aplicada diretamente no motor sem grandes modificações estruturais. Desta forma, é possível que o processo possa ser utilizado mundialmente, representando uma possibilidade de direcionamento de tecnologia nacional para o mercado global. Além disso, o processo de reforma envolve uma grande quantidade de indústrias, incluindo o setor químico, petroquímico e de materiais, favorecendo a expansão do mercado e a exploração de novas aplicações tecnológicas”, explica o professor Ricardo Belchior Torres.
A equipe da FEI é composta por docentes dos Departamento de Engenharia Química, Mecânica e Física e como uma das metas principais do Rota 2030 é formar recursos humanos para o setor automotivo, o projeto contará com a participação de estudantes de Graduação e Pós-Graduação. Para o professor Belchior, “a participação da FEI no Programa Rota 2030 será de extrema importância, pois colocará a nossa Instituição na vanguarda das discussões de elaboração de políticas públicas que definirão o desenvolvimento tecnológico da indústria automotiva nacional.”
“O poder de decisão está se direcionando para especialistas, que ajudarão a definir os rumos da indústria nacional automotiva. É extraordinário a FEI fazer parte de um programa dessa envergadura, que vai criar novas tecnologias brasileiras”, comemora o professor doutor Vagner Barbeta, diretor da Agência FEI de Inovação (AGFEI).