Nem mesmo a Pandemia do novo coronavírus (Covid-19), que colocou o mundo em isolamento social, impediu que três alunos do primeiro ciclo de engenharia do Centro Universitário FEI desenvolvessem um projeto social de inovação, que foi premiado recentemente como um dos melhores do País no Social Hack, uma competição nacional de ideias inovadoras para ajudar o mundo a atingir os objetivos globais de desenvolvimento sustentável da ONU 2030, organizado pela StartuDay.
Dentre os mais de 700 inscritos no Social Hack, o projeto “Agro na Periferia - Fazenda vertical/agricultura sustentável na sua mesa” dos alunos Fellipe Mesquita, Daniela Godoy e Julia Arcuri, propõe que famílias com maiores desigualdades sociais e que vivem em regiões mais pobres como periferias e favelas, possam, por meio de uma fazenda vertical, vislumbrar uma forma de se sustentar e gerar renda.
Ao propor este projeto, os alunos conciliaram ainda questões como desmatamento ambiental, por ser uma fazenda vertical, poluição, desperdício de água e de alimentos e desemprego. Outro diferencial do projeto é o público alvo, prioritariamente mulheres, o que vai ao encontro das desigualdades de gênero, um dos principais ODS (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável) da ONU 2030.
Segundo a professora do Departamento de Ciências Sociais da FEI e orientadora do grupo, Lania Stefanoni Ferreira, os alunos se inscreveram na competição por iniciativa própria, motivados pelo aprendizado adquirido com o projeto de INOVAÇÃO SOCIAL elaborado por eles, e que faz parte do componente curricular da disciplina de Sociologia. “O resultado principal desse projeto foi conseguir fazer com que os alunos pensassem sociologicamente e a partir do conhecimento de questões globais e propusessem localmente soluções inovadoras, mas de cunho social, para o meio em que estão inseridos, bem como conciliar a expertise técnica, própria de sua futura área de atuação profissional, com os interesses da sociedade em que vivemos para solução de problemas complexos”, ressaltou a professora.
Já para os alunos, a participação no Social Hack 2020 trouxe muitos desafios, principalmente por ter sido o primeiro hackathon do grupo, mas lembram que desde o primeiro semestre tiveram a oportunidade de se aprofundarem em questões de desigualdades sociais, raciais e no âmbito ambiental em algumas disciplinas. "Podemos destacar a Sociologia, que ajudou a abrir nossas mentes, demonstrar empatia pelo próximo e pensar sociologicamente como podemos enxergar o mundo e fazer a diferença”, destacou Daniela Godoy, “e também as disciplinas de Práticas de Inovação, que nos ajudou muito sobre o processo de Design Thinking, que foi essencial tanto para nossa prototipação e realização do nosso Pitch, quanto será para o nosso futuro profissional”, completou Julia Arcuri.
A professora Lania ressalta também os desafios para concluir o projeto em meio ao momento de isolamento social que a sociedade está vivendo. “Os desafios foram imensos, porque qualquer projeto social requer pesquisa de campo, levantamento de dados, coleta de informações investigativas, qualitativas e quantitativas das populações que seriam atingidas e do público alvo, para depois se propor o componente transformador e, levando-se em conta que todo atendimento aos alunos e acuidade da construção das etapas tiveram que ocorrer de forma não presencial entre alunos e docentes, houve o receio de que os alunos não conseguissem; no entanto, por meio dos plantões de atendimento virtual, vídeos postados no youtube e aulas realizadas online, conseguiu-se que todos os grupos de alunos fizessem a atividade e entregassem no final do semestre o projeto de inovação social, inclusive o Agro na Periferia”.
A professora divide os créditos do êxito dos alunos neste projeto com a FEI, uma Instituição, segundo ela, que impulsiona os docentes a proporem uma educação inovadora e transformadora, e que atue de maneira mais contextualizada com a sociedade em que vivemos, depoimento que é chancelado pelos alunos: “O que tivemos de esforço foi de extrema importância, mas com certeza já foi resultado do que nossa faculdade nos propõe, sendo FEIanos desde o primeiro momento”, concluiu Fellipe.