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Folha de S. Paulo: Iluminação das cidades está ‘apagando’ as estrelas do céu

Folha de S. Paulo: Iluminação das cidades está ‘apagando’ as estrelas do céu


  24/01/2023

Professor Cássio Barbosa, astrofísico da FEI, foi fonte para reportagem no jornal

A humanidade está perdendo a visibilidade das estrelas. É o que mostra um novo estudo, realizado entre 2011 e 2023, e divulgado esta semana pela Revista Science, uma das revistas acadêmicas mais prestigiadas pelo mundo. De acordo com a publicação, a poluição luminosa cresceu de forma acelerada no mundo todo, reduzindo a capacidade de observação do céu noturno.

Ainda de acordo com o estudo, o brilho do céu – a luminância difusa que ganha o firmamento e é especialmente notada logo após o anoitecer – no período estimado parece ter crescido algo como, em média, 9,6% ao ano. Com essa taxa de aumento, se alguém nasce hoje em um local que o olho humano consegue distinguir 250 estrelas, dali a 18 anos só será possível perceber as 100 mais brilhantes. É como se o céu estivesse literalmente se apagando diante de nós.

A pesquisa virou foco para a reportagem publicada no último dia 20 de janeiro, na Folha de S. Paulo, que entrevistou o Professor e Astrofísico da FEI, Cássio Barbosa. "Há pouco tempo discutíamos o fato de que dois terços da população mundial nunca viram a projeção da Via Láctea no céu, que forma uma mancha difusa e leitosa visível sobretudo no inverno no Brasil. Agora estamos testemunhando o desaparecimento de estrelas. É um prejuízo enorme, não só para astronomia”, avaliou.

O professor da FEI ainda destacou que os animais e vegetais são sensíveis à luz e a usam para regular suas atividades, por meio da alternância entre claro e escuro do dia e da noite. Segundo ele, os impactos e desequilíbrios ambientais causados por essas noites cada vez mais claras ainda não foram medidos, mas certamente não podem ser desprezados. “Se essa situação não for controlada com políticas de uso racional de lâmpadas em espaços abertos, em breve a contemplação do céu será apenas uma atividade em planetários ou programas de computador”, explicou o professor à Folha de S. Paulo.