Um tiro de canhão muda uma história
No Sec. XVI, a Europa está no auge dos descobrimentos e expansão do comércio alimentado pela exploração das colônias.
Por sua vez, a Igreja exerce influência política nos interesses da nobreza e cultiva o pensamento, a arte e cultura elitista nas universidades, em contraste com a presença de missionários nas expedições colonizadoras e em numerosos conventos.
Iñigo de Loyola, um basco ambicioso, investiu pesado na vontade de participar da vida palaciana.
Desde a juventude, frequentava os círculos da nobreza em busca de prestígio e benesses, aproveitando-se da relação de sua família com o vice-rei de Navarra. Por isso, empenhou-se na defesa do castelo de Pamplona, sitiado pelos opositores franceses, quando uma bala de canhão lhe atingiu a perna, desmoronando o castelo de seus sonhos.
No longo tempo de recuperação, distraia-se com as leituras dos livros que havia. Chamava-lhe a atenção que a vida de santos, como São Domingos e Francisco, lhe dava uma sensação de paz e bem-estar bem diferente das euforias passageiras dos romances de cavalaria.
Se eles conseguiram ser o que foram, por que eu não poderia fazer o mesmo? Uma vez recuperado, despojou-se de suas vaidades e partiu para a vida de um peregrino penitente, sonhando em chegar a Jerusalém para viver nos mesmos lugares dos últimos dias de vida de Jesus.
Não sendo possível, mudou de plano, mas não de objetivo: ingressou na Universidade. A universidade proporcionou-lhe compartilhar a experiência e ajudar os amigos.
Foi com um grupo mais chegado que Inácio resolveu fazer um projeto de vida comum e colocar-se a serviço do Papa. Nascia a Companhia de Jesus.
Os resultados não demoraram a aparecer. Já no seu tempo, a Companhia cresceu e se expandiu. Os jesuítas destacavam-se nas cátedras de Filosofia e Teologia, na cultura, na arte, na fundação de colégios e nas missões de fronteiras em diversas partes do mundo.
O sonho do peregrino convertido realizou-se. Um tiro de canhão mudou uma história...