Fundação Educacional Inaciana
Pe. Sabóia de Medeiros
A instituição mantenedora está constituída como uma Fundação de direito civil, sem fins lucrativos, de natureza
filantrópica, comunitária e confessional, orientada pela Companhia de Jesus. Em sua sede, na cidade de São Paulo,
no bairro da Liberdade, estão instaladas a Presidência, a Diretoria Executiva e demais unidades que compõem a
Administração Central da FEI, cujas competências estão vinculadas às responsabilidades inerentes à personalidade
jurídica da instituição. A mesma sede abriga as reuniões do Conselho de Curadores da Fundação FEI.
Jesuítas
A ordem dos jesuítas nasceu da união de sonhos de seu fundador, Inácio de Loyola e dos esforços aplicados no
momento em que a Igreja Católica mais precisava. A possibilidade de expansão do protestantismo acelerou o
movimento de reação, exigindo atuação de Papas reformistas e do Concílio de Trento.
A Companhia de Jesus tem formado nestes mais de quatro séculos, homens que vêm marcando sua presença na história
da Igreja e do mundo. Conta com um número considerável de santos e beatos - mais exatamente, 41 santos (entre
eles 27 mártires) e 139 beatos (entre eles 131 mártires).
Seu fundador deu-lhe uma organização muito simples: é dirigida por um Padre Geral eleito por toda a vida, e
dividida em províncias cada uma a cargo de um "provincial".
Cedo a Companhia de Jesus se ocupou da educação dos jovens. Já em 1548 se abria o primeiro colégio em Messina
(Itália) destinado aos leigos.
Importantes ao longo de toda a história brasileira, e absolutamente fundamentais em seu princípio, os jesuítas
desembarcaram na Bahia - trazidos pelo primeiro governador-geral Tomé de Souza - em 09 de março de 1549. Apenas
nove anos, portanto, após a fundação da Companhia.
Muitos foram os homens dinâmicos, como Nóbrega, Anchieta, Luiz da Grã, Leonardo Nunes e Cristóvão Gouveia, a se
sacrificar na realização de seu trabalho de fé. Estes e tantos outros, como, Antônio Vieira, uma dos maiores
pregadores que a Companhia teve (um século mais tarde), identificaram-se completamente com os princípios da
História do Brasil, sobretudo no capítulo da educação e catequese dos índios.
Quando em 1549 os jesuítas chegaram ao Brasil logo abriram escolas de ler e escrever e também de prática agrícola,
marcenaria e ferraria. A educação, pois, no Brasil começou com os jesuítas. A formação comum dos professores
religiosos, a mesma espiritualidade garantia a unidade pedagógica, vazada em documento de 1599, a famosa "Ratio
Studiorum" (ordenação dos estudos).
Esse sistema de educação formado por colégios, missões, catequese e que em muitos lugares era o único disponível,
sofreu uma violenta interrupção em 1759, quando os jesuítas foram obrigados, pelo Marquês de Pombal, a deixar o
Brasil.
Havia então 10 colégios, 10 seminários e outras residências. Os jesuítas estavam presentes até na Ilha de Marajó.
Os Jesuítas começaram a voltar ao Brasil em 1842: jesuítas alemães no Sul e italianos no Sudeste. Mais tarde,
portugueses no Nordeste. Em 1867 é fundado em Itu, São Paulo, o colégio São Luís, hoje funcionando na capital do
estado. O colégio Anchieta foi fundado em 1890 em Porto Alegre. Outros se sucedem nas principais capitais: Rio de
Janeiro, Florianópolis, Salvador, Recife e mais recentemente Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza e Teresina. No
colégio de Nova Friburgo, Rio de Janeiro, estudaram personalidades importantes da República. Os jesuítas assumiram
uma escola técnica de eletrônica em Minas Gerais e desde 1940 atuam no campo do ensino superior com a PUC do Rio
de Janeiro (1940). Nas décadas seguintes surgiram a UNICAP (Recife) e a UNISINOS (São Leopoldo, Rio grande do Sul).
A este grupo de escolas de ensino superior somam-se as escolas e institutos de pesquisa mantidas pela Fundação
Educacional Inaciana Pe. Sabóia de Medeiros (antiga Fundação de Ciências Aplicadas), fundados a partir de 1941
pelo Pe. Sabóia de Medeiros, hoje reunidos no Centro Universitário FEI com cursos de engenharia, administração e
ciências da computação.
Hoje em dia, no mundo inteiro, cerca de dez mil jesuítas, com a colaboração de cem mil leigos, são responsáveis
por estender a ação educacional da Companhia de Jesus a mais de duas mil Instituições de ensino, atendendo a
cerca de um milhão e meio de jovens e adultos, em 56 países.
No momento, no Brasil, há 1 pronvícia, uma região missionária e um distrito missionário. Os jesuítas atendem a
100.000 alunos. Em seus colégios e universidades um grande número de professores leigos colaboram para que as
metas fundamentais da educação jesuítica sejam alcançadas.
Theodoro Paulo Severino Peters nasceu em 6 de dezembro de 1941, em São Paulo, Capital. Ingressou na companhia de
Jesus em 23/02/1961. Foi ordenado sacerdote em 16 de julho de 1972, em São Paulo.
A trajetória de estudos do Pe. Theodoro Peters foi na linha humanística: estudos de letras clássicas, bacharelado
e licenciatura em filosofia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Nossa Senhora Medianeira, em São Paulo
e em teologia pela Université Catholique de Louvain, na Bélgica, em 1973. Em 1976, licenciou-se em Pedagogia,
também pela Faculdade Medianeira.
Exerceu diversos cargos em colégios jesuítas: Vice-Reitor do Colégio Santo Inácio, no Rio de Janeiro, Reitor e
Diretor do Colégio São Luís, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Nossa Senhora Medianeira e da Faculdade
São Luís, em São Paulo.
Em 1986, foi nomeado Reitor da Universidade Católica de Pernambuco, permanecendo no cargo por 20 anos, período em
que a UNICAP experimentou significativo desenvolvimento do Ensino, da Pesquisa, da Extensão e dos investimentos
institucionais.
Em 1997, foi designado pelo Provincial da Província do Brasil Centro-Leste para assumir a Presidência da Fundação
Educacional Inaciana "Pe. Sabóia de Medeiros" - FEI, exercendo, concomitantemente, funções de principal gestor nas
duas instituições, durante vários anos.
Na FEI, anteviu a importância de elevar as instituições mantidas, de faculdades isoladas à condição de Centro
Universitário, preparando-o para futuramente transformar-se em Universidade. Nestes processos coloca-se como
orientador e grande incentivador.
Sua administração tem sido caracterizada por perfeita interação com a Reitoria do Centro Universitário, pela
motivação para a contínua qualificação do corpo docente e incentivo à melhoria da qualidade de ensino e ao
desenvolvimento da produção científica. Os projetos para ampliação e adequação das instalações físicas têm
recebido total apoio em sua administração. Em 2006 foi inaugurado um novo edifício de salas de aulas,
modernamente equipado, e outras obras de reforma e aparelhamento de edifícios estão em execução para proporcionar
melhores condições de conforto à comunidade universitária.
Nas últimas três décadas, participou de inúmeras reuniões, encontros, congressos e conferências patrocinadas por
organizações universitárias nacionais e internacionais, como ouvinte, expositor ou participando de seus quadros
diretivos: Presidente da AUSJAL – Associação de Universidades Jesuítas da América Latina (1992- 2000); Presidente
do Conselho de Reitores das Universidades de Pernambuco-CRUPE; Representante da América Latina no International
Committee on Jesuit Higher Education-ICJHE (1994-2000), Presidente da ABESC – Associação Brasileira de Escolas
Superiores Católicas (1996-2000 e 2003-2005), Conselheiro da FIUC – Federação Internacional de Universidades
Católicas (2000-2006);
A demonstração do reconhecimento e a gratidão do governo pernambucano ao Pe. Theodoro Peters, pelo seu trabalho à
frente da UNICAP e sua contribuição para o desenvolvimento da região foi manifestada através de várias homenagens:
em 1996, recebeu o título de Cidadão Pernambucano; em 1997, de cidadão do Recife, e, em 1999, de Cidadão do
Município do Rio Formoso (PE).
Em 15 de outubro de 1996, foi homenageado com a outorga do título de Professor "Honoris Causa" pela Pontifícia
Universidade Católica do Paraná – PUC/PR.
Em 17 de maio de 2007, da Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP recebeu o título de Doutor "Honoris Causa",
em razão dos inúmeros serviços prestados pela causa da educação e pelo profícuo trabalho desenvolvido durante 20
anos como Reitor naquela Universidade.
Atualmente, além de presidir a FEI, exerce o cargo de Presidente do Conselho Deliberativo da Associação Paulista
de Fundações, desde 28/03/2008.
Padre Moreira
Aldemar Pasini Moreira de Souza nasceu em 16 de novembro de 1910, em João Pessoa, Paraíba. Sua primeira educação
foi em Recife, no Colégio Nóbrega, dos padres jesuítas, onde em contato com mestres dedicados e a reflexão dos
Exercícios Espirituais de Santo Inácio, decidiu sua vocação.
Ingressou na Ordem, na Espanha, e por oito anos permaneceu na Europa, perfazendo a primeira parte da longa
formação jesuítica: Estudos de Letras e Ciências na Faculdade de Filosofia de Braga, em Portugal, e o curso de
Filosofia em Vals, na França. Como era praxe na Companhia de Jesus, passou alguns anos desenvolvendo atividades
de magistério. Completou sua formação teológica no Brasil, na Faculdade de Teologia de São Leopoldo, Rio Grande
do Sul, onde foi ordenado sacerdote em 1934. Faleceu em 16 de julho de 1997, em São Paulo.
Pe. Aldemar Moreira destacou-se como educador exemplar. Depois de sólida formação ascética, humanista, científica,
filosófica e teológica da Companhia de Jesus e da brilhante especialização em Sociologia, em cursos universitários
no País e no exterior, dedicou-se às Ciências Sociais, com destaque para a Sociologia e a Pedagogia.
Seu apostolado sacerdotal, como capelão na Casa de Saúde Santa Rita, no Clube de Campo de São Paulo e assistente
Religioso na Capela Santo Inácio, no coração do Campus, que hoje leva o seu nome, onde atendeu uma florescente e
fervorosa comunidade, afinou-se com as atividades de duração e orientação do complexo educacional da FEI e do
exercício do magistério, na área de Ciências Sociais, que por décadas ocupou na PUC de São Paulo e na Escola de
Sociologia e Política (São Paulo). Por algum tempo fez parte do Conselho Estadual de Educação de São Paulo. Os
títulos que lhe foram outorgados - "Chevalier dans L’Ordre de Palmes Académiques", oferecido pelo Governo francês,
em 1980, e de Cidadão São Bernardense, concedido pela Câmara Municipal de São Bernardo do Campo, em 1992 –
simbolizam o reconhecimento de seu empenho na área da educação.
Algumas características da personalidade e da formação do Pe. Aldemar Moreira, tais como a fé inabalável, a
firmeza de propósito, a perseverança, a vocação de professor e profundo conhecedor da Sociologia talvez venham
explicar o seu sucesso na condução dos destinos da Fundação de Ciências Aplicadas, que a partir de abril de 2002
passou a ser denominada "Fundação Educacional Inaciana Pe. Sabóia de Medeiros", e de suas instituições de ensino
superior mantidas, que desde 30 de janeiro de 2002, agregaram-se para constituir o Centro Universitário da FEI.
Através de princípios que seguiu e recomendou, tais como "Firmiter in ré et suaviter in modo" (Firme no propósito
e suave no modo), formou sua equipe de colaboradores, estimulou e incentivou o trabalho de todos, de forma que os
objetivos institucionais pudessem ser plenamente atingidos.
Pe. Aldemar Moreira assumiu a Presidência da Fundação de Ciências Aplicadas em 1969, proporcionando à instituição
um amplo desenvolvimento. Graças à sua tenacidade e espírito empreendedor, iniciou um período de recuperação
econômico-financeira da FEI que à época encontravam em sérias dificuldades.
Durante o período em que esteve no comando destas instituições elas passaram por reestruturações das áreas
administrativa e acadêmica, com o reconhecimento dos cursos existentes e a criação de outros. Sob sua gestão
houve diversificação de atividades com a criação dos institutos (IPEI e IECAT), assim como grande expansão
física, com a construção de vários edifícios, Capela e Centro Esportivo, no campus de SBC, e de moderno edifício
do campus de São Paulo.
Santo Inácio
Cinco séculos já se passaram, mas o gênio fundador da Companhia de Jesus ainda se revela atual, deixando em seus
Exercícios Espirituais a luz de uma mensagem sugestiva e misteriosa.
Origem
Filho de família numerosa da nobreza rural, Iñigo López de Oñaz y Loyola nasce em 1491, no castelo de Loyola,
província basca de Guipúzcoa ao norte da Espanha. Desde sua infância, sabe-se que aos 15 anos – trabalhando como
pajem do "contador-mor" do Rei de Castela, Juan Velázquez de Cuéllar – já alimentava o sonho de tornar-se um
cavalheiro capaz de feitos notáveis. Efetivamente, aos trinta anos de idade empenha-se com valentia na defesa da
Praça de Pamplona, mas, em 20 de maio de 1521, é ferido nas pernas por uma bala durante o cerco francês à cidade.
A Conversão
Submetido a várias cirurgias, ocupa-se durante o longo restabelecimento no castelo de Loyola com a leitura de
histórias de santos e de "Uma Vida de Cristo". Este seria para ele o princípio de um mergulho profundo. Inácio
vai aos poucos trocando a imaginação dos feitos dos cavalheiros pelas realizações dos santos, assimilando seus
propósitos de vida e se identificando cada vez mais com eles.
A Peregrinação
Logo ao sentir-se recuperado, Inácio vai ao santuário de Nossa Senhora de Monserrate, próximo a Barcelona, para
depositar suas armas diante do altar e assumir definitivamente a função de "soldado de Cristo". Já despojado de
todos os seus bens, esmolando e rezando, passa um ano em um lugarejo chamado Manresa fazendo penitência para
atingir a purificação. As provações pelas quais passou o ajudariam a dar linhas definitivas ao livro dos
Exercícios Espirituais, e mais tarde ao projeto de fundação de uma ordem religiosa.
Sua peregrinação em busca de um caminho de vida o leva ainda mais longe. Com a sua chegada em Jerusalém, depois
do tempo que passa em Roma, atinge a última e mais importante etapa de sua peregrinação. Percorrer por um ano os
lugares onde Cristo viveu e sentir a influência da Terra Santa, dão a Inácio a certeza de ter ido ao encontro de
seu destino. De volta à Espanha – com então 33 anos de idade – não se envergonha de dividir com meninos as aulas
de latim, afinal esse era um passo necessário para atingir o sacerdócio, só alcançado de fato em Paris, depois de
passar pelas Universidades de Alcalá (1526) e Salamanca (1527). Em Paris, ele latiniza seu nome para Inácio no
ano de 1529. Em sete anos de estudos na capital francesa, os sonhos começam a tomar forma. Depois de várias
tentativas, no ano de 1534, Inácio consegue reunir em torno de si um grupo de companheiros, do qual faziam parte
o Beato Pedro Fabro, São Francisco Xavier, Diogo Lainez e outros, e em Montmartre (Paris), juntos fazem votos de
pobreza e de ir em peregrinação para Jerusalém. Também decidem que, se não fosse possível a peregrinação à Terra
Santa, iriam se colocar à disposição do Papa para que os enviasse aonde fossem mais necessários. A vontade do
grupo de constituir uma ordem religiosa recebe aprovação do Papa Paulo III, em 27 de setembro de 1540. Está
finalmente fundada a Ordem dos Jesuítas. Conduzido ao cargo de primeiro Superior Geral da Companhia em 19 de
abril de 1541, apesar de resistir longamente antes de aceitar sua indicação, Inácio vê sua vida transformar-se e
confundir-se com a Companhia nascente. Como superior é encarregado de redigir as Constituições da Ordem.
Biografia
Muito ativo, Inácio escreve mais de sete mil cartas e distribui instruções detalhadas às províncias que começam
a se espalhar. O próprio Inácio eleva o Brasil à categoria de província jesuíta em 1553 e nomeia Manuel da
Nóbrega provincial e Luis de Grã, seu auxiliar direto. Acompanhando cada momento da vida da nova ordem religiosa,
pode vê-la crescer, antes de falecer em 31 de julho de 1556, na cidade de Roma.
Santo Inácio de Loyola é canonizado pelo Papa Gregório XV, juntamente com São Francisco Xavier, Santa Teresa de
Jesus e São Felipe Neri, em 12 de março de 1622. É declarado "Celeste Padroeiro dos Exercícios Espirituais" pelo
Papa Pio XI, em 1922.
Padre Sabóia
Origem
Pe. Roberto Sabóia de Medeiros nasceu no Rio de Janeiro, em 18 de maio de 1905, e faleceu em São Paulo, em 31 de
julho de 1955, no dia de Santo Inácio de Loyola. Coincidência e graça para um grande jesuíta que dedicou a vida
a Deus e aos seus semelhantes.
Atuação
Pe. Sabóia ingressou na Companhia de Jesus em 1922. Foi ordenado sacerdote em 1936, em Buenos Aires, Argentina.
A partir de 1939, desenvolveu seu trabalho em São Paulo já com uma grande preocupação com a questão social,
objeto de tantas encíclicas e ensinamentos dos papas. Junto com o estudo e oração, a ação.
Empenhou toda a sua alma e dinamismo nas obras, comissões, institutos, centros técnicos e escolas que criou.
“Uma ponta de lança nas conquistas sociais”, segundo a definição de Alceu Amoroso Lima. A educação foi uma grande
preocupação sua. Além do aprendizado de disciplinas exatas e técnicas, Pe. Sabóia queria formar seus estudantes de
administração e engenharia segundo os valores transcendentais do homem.
"Ele não tinha um tostão", disse certa vez um de seus colaboradores. Podemos imaginar o que lhe custou em termos
de tempo, paciência, ousadia, insistência e criatividade levantar os recursos para que tudo começasse a
funcionar. Na busca de fundos, acabou por estabelecer uma enorme rede de amigos, empresários, conhecidos e
benfeitores, que se convenceram da seriedade de seus propósitos. Os que com ele privaram dão notícia de um homem
de temperamento exuberante, extrovertido e até “um pouco espalhafatoso”, o que não diminuía em nada seu zelo
apostólico, sua vida espiritual e atividade intelectual.
Foi um grande admirador do Cardeal Newman, figura maior da Igreja da Inglaterra, de quem tinha um retrato sobre
a escrivaninha. Era também um ardoroso adepto do filósofo francês Maurice Blondel e leitor assíduo de Aldous
Huxley, com os quais se correspondia. Isso demonstrava que as absorventes ocupações e os seus empreendimentos
não impediram o cultivo da filosofia e da teologia. Em 1944, fundou a Biblioteca da Ação Social, hoje recolhida
na Biblioteca Pe. Aldemar Moreira, no Campus de São Bernardo, o que atesta a profundidade e a variedade de suas
preocupações, que incluíam também literatura inglesa e história da União Soviética. O Prof. Dino Bigalli, a quem
ele trouxera da Itália, considerava-o, mais que um fundador de obras, “um pastor de almas”. Não é de se admirar
que o Dr. Peter Grace, um de seus benfeitores americanos, o chamasse “a man in a million”.
Pe. Sabóia também foi um grande comunicador e festejado pregador. Manteve programas de rádio e escreveu artigos;
não raro, segundo o gosto da época, envolveu-se em debates de grande repercussão. A Ação Social mantinha um
Centro Técnico do Trabalho, que ministrava cursos de orientação social para trabalhadores, a Clínica Santo
Inácio, que atendia pessoas carentes, numa época em que os serviços da Previdência Social ainda não estavam
organizados; uma tipografia (que hoje são as Edições Loyola) e editava as revistas Serviço Social e Carta aos
Padres. Mas foi na área educacional que a memória de Pe. Sabóia mantém-se mais viva e inspiradora.
A Escola Superior de Administração de Negócios, ESAN (1941), a Faculdade de Engenharia Industrial, FEI (1946),
firmaram-se, e até hoje permanece ativa. Pe. Sabóia anteviu o
desenvolvimento industrial brasileiro. Na década de 40 não existia ainda a figura do engenheiro industrial e a
ESAN precedeu, em pelo menos dez anos, os cursos da Fundação Getúlio Vargas.
Idealista, sonhador, profeta. Mas igualmente pioneiro, batalhador, realizador. Para angariar recursos e
conquistar benfeitores, Pe. Sabóia fez quatro viagens aos Estados Unidos, uma à Itália e outra à Suécia.
Conseguiu aparelhos, máquinas e instrumentos, mas, mesmo assim, as contribuições ficaram aquém de suas
expectativas. Apesar disso, não desanimou em nenhum momento. Pelo contrário, descobriu fórmulas, inventou
caminhos, surpreendeu os céticos, enfim, superou-se. Sabendo-se muito doente (leucemia), pediu aos amigos de
confiança que não deixassem perecer suas empresas. A providência divina ouviu seus rogos. Apareceram muitos
continuadores, principalmente o Prof. Joaquim Ferreira Filho e o Pe. Aldemar Moreira, S.J., que cuidaram,
consolidaram e ampliaram o seu legado.
História
Em agosto de 1945, graças à visão e empenho de um sacerdote jesuíta, o Pe. Roberto Sabóia de Medeiros, foi
constituída a Fundação de Ciências Aplicadas, que em 2002 teve o nome modificado em homenagem ao fundador, e em
clara referência ao vínculo estatutário que a instituição tem com a Companhia de Jesus, fundada por Santo Inácio
de Loyola.
Assim, a atualmente denominada Fundação Educacional Inaciana "Pe. Sabóia de Medeiros" – FEI foi criada com a
colaboração de vários instituidores, para ter uma natureza fundacional autônoma, com o objetivo de manter
instituições de ensino, principalmente de ensino superior. Desde os primórdios, consolidou-se como mantenedora da
Faculdade de Engenharia Industrial e seu histórico é estreitamente vinculado à evolução e desenvolvimento de suas
unidades mantidas. A FEI, através de diferentes cursos, já formou, ao longo de sua existência, mais de 50.000
profissionais, entre engenheiros, administradores de empresas e profissionais da área de informática.
Em janeiro de 1944, o mesmo fundador, Pe. Sabóia de Medeiros, criou uma instituição denominada Ação Social, que
dentre outros objetivos estatutários, estava o de manter a Escola Superior de Administração de Negócios-ESAN e a
Escola Técnica São Francisco de Bórgia. Ambas as instituições, Fundação e Ação Social, atuaram paralelamente e
com compartilhamento de recursos, principalmente recursos humanos, tendo em vários mandatos de diretoria o mesmo
Presidente, nomeado pela Companhia de Jesus.
Fundada em 1941, a Escola Superior de Administração de Negócios- ESAN/SP, que marcou o início formal dos estudos
específicos de Administração no País, esteve portanto inicialmente vinculada a uma mantenedora independente, a
Ação Social. Em 28 de janeiro de 1961, o então Presidente da República, Juscelino Kubitschek de Oliveira assinou
o decreto que tornou a ESAN a primeira Escola Superior de Administração de Empresas do País a ser reconhecida e
oficializada pelos poderes públicos. O mesmo decreto reconheceu a validade dos diplomas dos alunos formados a
partir de 1941. Em 1973, foi autorizada a transferência de mantenedora, passando a Fundação de Ciências Aplicadas
a concentrar a manutenção das instituições de ensino com cursos de nível superior.
Em 1998 a Fundação incorporou a Ação Social, reunindo sob uma mesma mantenedora todas as escolas, o patrimônio e
recursos para uma gestão mais profícua.
A antiga Faculdade de Engenharia Industrial – FEI, que nasceu para suprir a carência de profissionais de
engenharia voltados para a indústria, suporte do grande desenvolvimento econômico brasileiro da década de 40,
foi autorizada a funcionar pelo Decreto Presidência nº. 20.942, de 9 de abril de 1946. Iniciou suas atividades
em 20 de maio de 1946, com 50 vagas na modalidade Engenharia Química, em São Paulo. No mesmo ano, em 22 de
agosto, a FEI e outras faculdades, cada uma em sua área de competência, constituíram a Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo. No final de 1971, a FEI desligou-se da PUC, voltando à condição de instituição isolada de
ensino superior.
Em longo percurso e com muitas dificuldades para solidificar-se após o falecimento do seu fundador, a FEI passou
por diferentes gestões, tendo tido como presidentes os jesuítas: Pe. Roberto Sabóia de Medeiros(de 1945 a 1955),
Pe. José Gomes Bueno (1955 a 1961), Pe. Antonio Aquino (1961 a 1962) e Pe. Mário Ghislandi (1962 a 1969), Pe.
Aldemar Pasini Moreira de Souza (1969 a 1997) e Pe. Theodoro Paulo Severino Peters, desde 1997.
Em 1969, foi nomeado para a Presidência da FEI o Pe. Aldemar Moreira, S.J. permanecendo no cargo até sua morte,
ocorrida em julho de 1997. Em cerca de 28 anos de mandato promoveu grande desenvolvimento da Instituição.
Novas necessidades de ampliação e complementação dos conhecimentos adquiridos em cursos de graduação levaram à
criação do Instituto de Pesquisas e Estudos Industriais – IPEI, em 1975,com o objetivo de auxiliar na
sustentabilidade dos cursos e desenvolver e transferir tecnologia ao setor produtivo, por meio de assessoria,
projetos e serviços tecnológicos, ensaios e análises, nas áreas Mecânica, Química, Eletro-Eletrônica, Têxtil e
Metalúrgica, constituindo elo com a indústria. Atualmente o IPEI também apóia pesquisas institucionais em âmbito
acadêmico.
Em 1982 foi criado o Instituto de Especialização em Ciências Administrativas e Tecnológicas - IECAT, tendo como
função precípua a promoção do aprimoramento profissional no campo administrativo e tecnológico, para organizar e
ministrar cursos de pós-graduação latu-sensu e cursos de extensão. A partir do segundo semestre de 1997, o IECAT
passou a contar também com instalações em São Paulo, ampliando suas atividades.
Em 1999, em vista da importância da tecnologia da informação para o mundo moderno, foi criada a Faculdade de
Informática, com o curso de Ciência da Computação.
Na mesma linha de integração das atividades de apoio à indústria, a Fundação assumiu a administração da Escola
Volkwagen, mantendo cursos de formação acadêmica e profissional, capacitando pessoas na própria planta da empresa.
O Revmo. Pe. Theodoro Paulo Severino Peters, S.J., educador e sacerdote jesuíta, que já atuava como membro do
Conselho de Curadores da instituição, passou a presidí-la a partir de setembro de 1997 e permanece no cargo até
a presente data.
Em janeiro de 2002, dentro de uma proposta de integração e de agregação de competências, visando a excelência de
seus cursos, as instituições de ensino superior mantidas foram transformadas no Centro Universitário da FEI,
conforme aprovação do MEC, através da Portaria nº 2574, de 4 de dezembro de 2001. Ao Centro Universitário, também
foram agregados o IPEI e o IECAT.
Corpo Diretivo
Diretoria Executiva
Pe. Theodoro Paulo Severino Peters, S.J. - Presidente
Dr. Antonio Roberto Batista – Vice-Presidente
Dr. José Gianesi Sobrinho – Diretor-Secretário
Dr. Marco Riguzzi – Diretor-Tesoureiro
Dr. Sebastião Fernando Araujo de Castro Rangel – Diretor de Patrimônio