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A tecnologia invade os bancos

A tecnologia invade os bancos


  22/07/2020

Engenheiro Eletricista formado pela FEI, Fábio Napoli, é diretor de TI do Itaú Unibanco e trabalha diretamente com as ferramentas proporcionadas pela inovação

Dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) indicam que, em 2018, R$ 19,6 bilhões foram aplicados em tecnologia pelas instituições financeiras brasileiras com o objetivo de melhor atender às necessidades dos clientes. Os recursos investidos pelos bancos em segurança cibernética, ferramentas de inteligência analítica (analytics) e inteligência artificial visam adequar os serviços à rápida transformação tecnológica que o mundo vivencia e sair na frente da concorrência, cada vez mais acirrada. A tendência neste segmento é que os investimentos sejam ainda maiores nos próximos anos, porque os consumidores querem mais acesso a serviços de qualidade, com a agilidade e o dinamismo que o mundo contemporâneo exige.

O Itaú Unibanco, com quase 91 anos de história e maior banco privado do País, é pioneiro em tecnologia e tem investido fortemente em diferentes ferramentas, como analytics, blockchain (tecnologia de registro que visa a descentralização como medida de segurança), chatbots (atendentes virtuais) e inteligência artificial para tornar-se cada vez mais moderno e levar qualidade aos seus 60 milhões de correntistas. Embora as cifras não sejam divulgadas, entre 2017 e 2019 a quantidade de tecnologias desenvolvidas na instituição aumentou 293% e o investimento na área teve acréscimo de 60%.

Atualmente, a área de Tecnologia da Informação (TI) é protagonista – juntamente com o segmento de negócios – e ambos trabalham de forma integrada. “Na instituição, a área de Tecnologia da Informação desenvolve e viabiliza soluções de negócios, dá suporte e mantém o funcionamento de sistemas por meio de monitoramento, medição da performance e satisfação do cliente”, explica o diretor de TI do Itaú Unibanco, Fábio Napoli, engenheiro eletricista formado pelo Centro Universitário FEI no ano de 2001.

O matemático londrino especializado em ciência de dados Clive Humby afirma que ‘data is the new oil’ (dados são considerados como o novo petróleo, em tradução livre), devido ao valor comercial das informações que são geradas no dia a dia, em volume cada vez maior. Isso porque é a análise dos dados gerados por correntistas que colabora com a tomada de decisões dos bancos, direciona os negócios e permite entender o mercado para alavancar as instituições financeiras. “E aqui entram novamente ferramentas como big data e analytics, que nos ajudam a fazer esse trabalho”, pontua o engenheiro.

A inteligência artificial é outra ferramenta tecnológica que faz uso de dados e colabora para a redução de custos, aumenta a produtividade e permite o acesso a conclusões mais rápidas sobre os correntistas. Aproveitando o novo contexto de mercado gerado pelas fintechs (financiamento rápido para pequenas empresas), o Itaú Unibanco idealizou, em 2015, o Cubo Itaú, que conecta em um só lugar empreendedores, empresas, investidores e universidades para discutir sobre tecnologia, inovação e novos modelos de negócios.

O Centro Técnico Operacional (CTO) do banco também passou por uma reformulação, na qual a tecnologia financeira é vista com muita responsabilidade, modernidade e leveza, com o objetivo de atrair a juventude para fazer parte do time. “Antes, para o desenvolvimento de novos projetos ou negócios era necessário muito investimento, como data centers, mas, atualmente, a tecnologia está permitindo trabalhar com um sistema enxuto e na nuvem”, esclarece o engenheiro Fábio Napoli.

Em breve, o Itaú Unibanco lançará o 'iti', uma plataforma de pagamento e cobrança que permitirá pagamentos por meio de QR Code, sem o uso de máquina e cartão físico. Por ser uma plataforma 100% digital e desvinculada do atendimento em agências, o 'iti' permite uma redução significativa das taxas cobradas pelas transações dos lojistas. A ideia é fazer pagamentos utilizando o aplicativo do celular, novidade que vai ao encontro das necessidades e aspirações dos clientes mais tecnológicos. “Na nossa instituição, o contato com o banco é feito na sua maior parte por canais digitais ( mobile e internet), e isso se dá pela confiança que o aplicativo do banco tem, tanto que sempre recebe prêmios pela excelência”, ressalta.

Formação sólida permitiu carreira de sucesso

Os engenheiros ocupam cada vez mais posições na área financeira, pois são profissionais que utilizam muito o raciocínio lógico e sabem lidar com os problemas devido ao conhecimento científico, econômico, social e prático que adquirem durante a formação superior. “E isso ocorre especialmente com os engenheiros formados pela FEI porque, durante todo o curso, aprendemos as responsabilidades que devemos ter para nos tornarmos excelentes profissionais. Lembro que no primeiro dia de aula de Física o professor colocou na lousa, em 40 minutos, toda a matéria que aprendi nos três anos do Ensino Médio. Foi naquele momento que entendi que deveria aprender a estudar”, acentua o engenheiro Fábio Napoli.

Além de seguir carreira na área de Engenharia como o pai – Sylvio Tobias Napoli Júnior que, na época, era professor e subchefe do Departamento de Engenharia Têxtil da FEI – Fábio Napoli cursava Física paralelamente, na Universidade de São Paulo (USP), até que conseguiu estágio na Ericsson, maior empresa de telecomunicações do mundo na época, e passou a se dedicar exclusivamente à Engenharia. Na empresa, onde ficou por 10 anos, o engenheiro participou do processo de privatização da Telebras e teve e oportunidade de morar na Suécia, Alemanha e nos Estados Unidos.

Aos 28 anos, como especialista II, observou que não conseguiria chegar à gerência e, em 2008, aceitou o cargo de gerente de TI na consultoria italiana Value Team, comandando uma equipe de sete pessoas. “Troquei de emprego mesmo com um salário mais baixo e com menos benefícios, porque sabia que daria um passo para trás, mas 10 para frente. Em um ano, já gerenciava 40 pessoas e entregava um faturamento 10 vezes maior”, relembra.

Ainda buscando novos desafios, em 2010 aceitou trabalhar como gerente na TecBan e, em dois anos, virou superintendente com responsabilidade de cuidar de toda operação de TI da empresa. Em 2016, o Itaú Unibanco o convidou para participar de um processo seletivo que incluiu entrevistas com 12 diretores e um vice-presidente, quando conquistou o cargo de superintendente em TI. No início de 2019 foi promovido a diretor. Hoje, a área demanda uma estrutura com 1,3 mil profissionais e ainda há muito para evoluir. “Me vejo daqui a cinco anos um profissional mais completo e com maior capacitação. Também é possível dar outros passos dentro da empresa e essa é minha meta”, afirma.

O diretor de TI incentiva os estudantes de Engenharia a seguirem seus sonhos, mesmo sendo difíceis os anos de graduação, porque o resultado valerá a pena. Além disso, garante que todos os alunos da FEI são sempre bem-vindos no Itaú Unibanco.