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Criptomoedas: O dinheiro que não é dinheiro

Criptomoedas: O dinheiro que não é dinheiro


  14/02/2019

No artigo, especialistas da FEI em gestão e tecnologia falam sobre os mitos e verdades sobre o novo modelo de dinheiro

Criada em 2009 por um programador identificado pelo pseudônimo Satoshi Nakamoto, o Bitcoin é uma moeda digital que ganha espaço e valorização no mercado e é usada como meio de pagamento de forma inovadora. Controlada por uma rede especial, a criptomoeda não depende de bancos centrais para regulação, o que cria, de certa forma, um cenário de incertezas. O Bitcoin foi a primeira criptomoeda a ser criada e surgiu com o intuito de ser utilizada na internet. Seus criadores falavam que a inovação faria pelo dinheiro o que o e-mail fez pelas cartas.

Hoje em dia, existem centenas de criptomoedas, entre as quais o Ethereum, o Ripple e a Litecoin. Essas ‘moedas’ funcionam com base em criptografia: uma pessoa tem moedas digitais em sua carteira e, quando quer enviar dinheiro para alguém ou realizar alguma transação, utiliza uma senha. Após a validação, é anotado o saque de moedas de uma carteira e o depósito do montante na conta do recebedor do pagamento. Mas o mais importante da tecnologia da Bitcoin é o local onde todas essas transações ficam anotadas, chamado de blockchain, uma lista que reúne todas as transações realizadas e fica distribuída em todos os computadores que participam da Rede Bitcoin no mundo. Esta lista garante que ninguém possa gastar duas vezes a mesma moeda e que todas as transações sejam devidamente realizadas.

O blockchain revolucionará a segurança digital, não somente das transações monetárias, mas também das informações e dos dados pessoais e profissionais. O Bitcoin permitirá reproduzir em pagamentos eletrônicos a eficiência dos pagamentos com cédulas, já que são rápidos, baratos e não precisam de intermediários. Atualmente, pode-se comprar de tudo com criptomoedas, de celulares e computadores a hospedagens e passagens aéreas. Depende apenas de o vendedor aceitar a moeda digital.

A digitalização do dinheiro causa uma mudança brusca no relacionamento entre compradores e vendedores, pois as transações podem ser feitas para qualquer pessoa que esteja em qualquer lugar do planeta, sem limite mínimo ou máximo de valor. No entanto, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) recomenda que os investidores fiquem atentos com a atuação de prestadores de serviços sem observância da legislação aplicável e saibam que a moeda pode correr risco de liquidez, ou seja, de não encontrar compradores ou vendedores para certa quantidade de ativos ao preço cotado.

Existe um enorme espectro de previsões sobre o que pode acontecer com as criptomoedas, desde pessoas que acreditam que o valor do Bitcoin chegará a US$ 1 milhão em poucos anos até aqueles que acham que a moeda virtual perderá totalmente seu valor. Mais importante que o Bitcoin, os profissionais devem estar preparados para a digitalização do dinheiro e como isso influenciará a produção, o financiamento e o consumo.

Professor Hong Yuh Ching - Coordenador do curso de Administração da FEI - Campus São Bernardo

Professor Reinaldo Bianchi - Docente do curso de Engenharia Elétrica da FEI