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Os desafios na promoção do bem-estar mundial

Os desafios na promoção do bem-estar mundial


  18/10/2018

Os efeitos do desenvolvimento tecnológico na qualidade de vida e bem-estar da humanidade é destaque no terceiro e último dia do Congresso de Inovação

Qual o impacto da tecnologia no bem-estar da população mundial? Os efeitos dela nas relações humanas e na qualidade de vida? Os desafios da agropecuária em meio a alta demanda por alimentos? Essas foram algumas das reflexões propostas durante o terceiro e último dia do Congresso de Inovação 2018 - Megatendências 2050, promovido pelo Centro Universitário da Fundação Educacional Inaciana "Padre Sabóia de Medeiros" (FEI), que em sua terceira edição discutiu a “Tecnologia para uma vida de qualidade além dos 100 anos – trabalho, saúde e bem-estar”

No primeiro painel, “Future Flash: O Bem-Estar em 2050 será tão diferente de hoje?”, Ricardo Sennes, sócio-diretor da Prospectiva, abordou os desafios que se colocam em meio a chamada 4ª Revolução Industrial. “A vida futura vai exigir o que de cada um? E vai oferecer um bem-estar muito diferente?”

Para responder a essas questões, Sennes fez um recorte a partir das variáveis demográficas e ambientais. Do ponto de vista de acesso à tecnologia, o convidado diz ser inquestionável que o mundo passa por um crescimento exponencial. “A penetração da tecnologia é cada vez mais rápida. Cada vez mais as pessoas usam smartphone, o tráfego de internet está aumentando em seis vezes, de 2015 até 2019. Essa capacidade tecnológica é rápida e disruptiva. Estamos em um momento de revolução”.

Essa expansão ressalta os impactos que já vêm sendo percebidos no bem-estar do ser humano. “O Brasil é o segundo maior em usuários do Facebook e também que utiliza o aplicativo de transporte Uber”. O desafio, para o Brasil, é deixar de ser usuário de tecnologia, para passar a gerar renda e bem-estar a partir dela.

Um fator importante nesta análise, segundo Sennes, é a crescente urbanização que vem ocorrendo no mundo. O Brasil já teve esta migração.  Ainda assim, somente em 2009 o mundo passou a ter mais gente vivendo nas cidades do que no campo, o que mostra que o processo de urbanização está acontecendo em outras regiões. “Esse processo não passou ainda em locais da Ásia, Oriente. Na China, 50% da população vive no campo e na Índia, 70%”, diz Sennes.

O processo de migração para as cidades terá impactos diretos no bem-estar da população do planeta nos próximos 50 anos. “Diante dessa perspectiva, temos enorme desafio de usar a dinâmica tecnológica em desenvolvimento para transformar e viabilizar a produção, que tenha impacto positivo em nossa qualidade de vida. Não só como usuários, mas também atores ativos. “Como que parte importante deste contingente populacional se deslocando para a cidade poderá se beneficiar, ou não, da tecnologia destes espaços: transporte, saúde, acesso à educação e empregabilidade.”

Meio ambiente e sustentabilidade

Uma outra condicionante para promoção do bem-estar passa pela questão ambiental. “Observamos cada vez menos espaço para produção agrícola para cada ser humano que surge nesse mundo”, comenta Sennes. “A questão que se coloca é como essa revolução tecnológica vai ser aplicada no campo para gerar alimentos suficientes”.

Para o convidado, o Brasil está antecipado nesse processo de revolução tecnológica e a aplicação dela na agropecuária coloca o País em uma condição favorável diante do crescimento populacional. “Nossa missão é ser um dos principais produtores de alimento no mundo”.

Diálogo de Gerações e o equilíbrio trabalho-família-lazer

Os painéis seguintes foram pautados nos efeitos que a Tecnologia terá sobre o comportamento e as relações humanos.

Moderado por Alexandre Kalache, presidente da International Longevity Centre Brazil e apresentador do programa “50 Mais CBN”, o debate “Diálogo de Gerações” contou com a participação de Weber Porto, presidente da EVONIK e SBA; do Pe. Luís Corrêa Lima, da PUC Rio; Denise Santos, CEO da BP (Beneficiência Portuguesa de São Paulo); e Erik Babaeghian Piaskowy, aluno da FEI e diretor do Clube de Negócios e Empreendedorismo do.

“É preciso uma boa política de envelhecimento que, com ajuda da tecnologia, promove a saúde das pessoas e no contexto em que ela vive”, comentou Kalache, que ponderou: “A desigualdade econômica e o acesso a ela é um problema grave. Isso delimita acesso a tudo o que há de melhor”.

Já o painel “Qual o novo equilíbrio trabalho-família-lazer? Como contornar efeitos nocivos da tecnologia?”, mediado por Silvio Matos, presidente da Agência Idealista e Conselheiro da FEI, trouxe os debatedores Besaliel Botelho, presidente da Robert Bosch América Latina; Monika Bergamaschi, presidente da IBISA Brasil; Patrícia R. Alvim Lage Lamas, mãe de aluno da FEI; Jayme Garfinkel, presidente do Conselho da Porto Seguro; e do Pe. Pedro Rubens Ferreira de Oliveira, reitor da Unicap. O bate-papo discutiu o trabalho flexível e longevo, o lazer parcelado e contínuo, e o estudo permanente.

“Mais uma vez saímos de um congresso provocados, inspirados e mais capacitados a apresentar novas respostas a antigas perguntas e a buscar soluções criativas para as novas perguntas. Saímos mais visionários”, declarou o professor-doutor Fábio do Prado, reitor do Centro Universitário FEI, ao encerrar o congresso e anunciar o tema do evento para 2019: Inteligência Artificial e o SER do Humano: complementariedade ou competitividade para aprender, inovar e viver?

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