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Nobel de Física 2020: entenda as pesquisas e os impactos para a ciência mundial

Nobel de Física 2020: entenda as pesquisas e os impactos para a ciência mundial


  09/10/2020

Descobertas de três cientistas esclarecem os fenômenos sobre buracos negros

Em um ano marcado por mudanças, a cerimônia presencial de entrega do Prêmio Nobel foi adaptada devido a pandemia de coronavírus e, pela primeira vez desde 1944, será substituída por um ato exibido pela televisão, com uma cerimônia virtual. Na manhã da última terça-feira (6), a Academia de Ciências anunciou os nomes dos vencedores do Prêmio Nobel de Física 2020. A americana Andrea Ghez, o alemão Reinhard Genzel e o britânico Roger Penrose foram reconhecidos por suas descobertas com os buracos negros.

Tema de muita discussão científica, o buraco negro “é uma região do espaço em que uma quantidade muito grande de matéria se acumula em um volume muito pequeno, formando um campo gravitacional tão intenso que absolutamente nada pode escapar dele, nem mesmo a luz”, explica Cássio Barbosa, astrônomo e professor do departamento de Física do Centro Universitário FEI.

Ainda de acordo com o professor, existem dois tipos de buracos negros: os estelares, que são formados pelo colapso de estrelas massivas ao final de seus tempos de vida; e os supermassivos, que localizam-se no centro das galáxias e podem ter a massa bilhões de vezes maior que a do Sol.

Para esse segundo tipo de buraco negro, ainda não há uma explicação definitiva, mas segundo a teoria da Relatividade Geral, proposta por Albert Einstein, uma massa suficientemente compacta pode deformar o espaço-tempo para formar esse fenômeno,

Nos últimos 100 anos, essa teoria foi testada diversas vezes em campos gravitacionais mais fracos, como o da Terra e demais objetos do Sistema Solar.

Nas descobertas reconhecidas pelo Prêmio Nobel 2020, Roger Penrose publicou estudos teóricos mostrando que a existência de buracos negros era de fato uma expectativa da teoria da Relatividade Geral, enquanto Andrea Ghez e Reinhard Genzel atuaram em colaboração por mais de uma década, acumulando dados dos maiores telescópios do mundo, localizados no Havaí e no Chile.

O grupo de Ghez e Genzel mediram precisamente a órbita de estrelas em torno de um misterioso objeto compacto no centro da Via Láctea. “A medida cuidadosa da posição das estrelas do centro da nossa galáxia ao longo de tanto tempo, permitiu estabelecer suas órbitas com bastante precisão. Com isso e o auxílio da física relativista de Einstein, foi possível descobrir que o objeto misterioso tem massa equivalente a quase 4 milhões de sóis, mas que estão compactadas em um espaço menor que a órbita de Vênus. Dessa maneira, esse objeto só pode ser um buraco negro”, destaca o professor da FEI.

O professor também ressalta que a academia sinaliza positivamente ao conceder um Nobel a uma pesquisadora: “Ghez é apenas a quarta mulher a receber o Nobel de Física em mais de 100 anos de premiação! Esperamos que a academia tenha percebido essa distorção e esteja agindo para trazer mais representatividade” completa.



Confira também o vídeo do professor Cássio Barbosa sobre o Prêmio Nobel de Física 2020!
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